Técnicas de fixação de telas para a correção de uma hérnia ventral

Uma hérnia é uma protuberância ou fraqueza, na qual tecidos ou órgãos de dentro do abdômen (a barriga) podem ficar presos e podem causar desconforto e sintomas como dor. O tamanho da hérnia pode ser agravado pelas atividades da vida diária, especialmente tosse e esforço.

As hérnias apresentam risco de encarceramento (uma hérnia tão ocluída que não pode ser recuperada por manipulação) e estrangulamento (quando a circulação do sangue foi interrompida), que é uma ameaça especialmente em hérnias incisionais e umbilicais (área do umbigo).

Uma hérnia incisional é uma hérnia que ocorre por meio de uma incisão feita anteriormente na parede abdominal, ou seja, a cicatriz deixada em uma operação cirúrgica anterior. A incisão pode ter sido feita para chegar a um órgão interno, como o apêndice, ou uma cesariana.

O reparo de uma hérnia ventral (parede abdominal) é feito por cirurgia. A escolha do procedimento cirúrgico correto dependerá de diferentes critérios, como tamanho da hérnia, cirurgia anterior, localização da hérnia e estado geral de saúde.

Existem dois tipos de cirurgia: Cirurgia aberta, onde a hérnia é fechada com costura das camadas da parede abdominal. Frequentemente, o cirurgião coloca uma tela adicional em uma camada da parede abdominal, o que torna a recorrência da hérnia menos provável.

O outro tipo é chamado de cirurgia laparoscópica, em que o cirurgião faz algumas pequenas incisões e insere minúsculos instrumentos longos e uma câmera no abdômen. Para o reparo laparoscópico da hérnia, uma tela deve ser usada em cada paciente.

Diferentes técnicas são usadas para fixar a tela à parede abdominal na correção de hérnia ventral. No entanto, as vantagens e desvantagens dessas técnicas ainda não são claras. Revisamos as evidências de diferentes técnicas de fixação quanto aos seus efeitos na recorrência, dor, complicações e qualidade de vida relacionada à saúde em pessoas com hérnia ventral.

Pergunta da revisão

Quais são os benefícios e malefícios das diferentes técnicas de fixação de telas (manchas) na parede abdominal durante a correção de uma hérnia ventral?

Características do estudo

Os autores incluíram 10 estudos envolvendo 787 pessoas, com idades variando de 31 a 62 anos. Oito estudos incluíram pessoas com hérnia ventral primária e incisional, um estudo incluiu pessoas com hérnia umbilical (área do umbigo) apenas e outro estudo apenas com hérnia incisional.

O tamanho da hérnia variou amplamente entre os estudos. O número de participantes incluídos variou de 40 a 199. O acompanhamento dos participantes foi geralmente curto (menos de 12 meses).

Principais resultados

As diferenças entre as técnicas de fixação foram pequenas para os resultados analisados. Não foi encontrada diferença entre o uso de tachas em relação às suturas (pontos), o uso de tachas absorvíveis em relação às não absorvíveis, o uso de tachas absorvíveis em comparação com fios absorvíveis e o uso de selante de fibrina em relação às tachas.

Além disso, a combinação de técnicas de fixação (suturas e tachas) ou materiais (absorvíveis e inabsorvíveis) não apresentou vantagem para recorrência, dor ou outras complicações.

Certeza de evidência

A certeza das evidências para os principais desfechos de recorrência e dor, bem como para complicações, foi muito baixa ou baixa. A principal razão para isso foi a falta de dados suficientes, devido ao pequeno número de participantes incluídos, e o pequeno número de recorrências de hérnia.

Além disso, quase todos os estudos apresentaram risco moderado a alto de viés, uma vez que os profissionais de saúde envolvidos não eram cegos, ou seja, estavam cientes das intervenções que seus pacientes receberam.

Conclusão dos autores

Atualmente nenhuma das técnicas pode ser considerada superior a qualquer outra, pois a certeza das evidências foi baixa ou muito baixa para todos os desfechos.

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O estudo original foi publicado na Cochrane Library

* “Mesh fixation techniques in primary ventral or incisional hernia repair” – 2021

Autores do estudo: Mathes T, Prediger B, Walgenbach M, Siegel R – 10.1002/14651858.CD011563.pub2

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