Palpitações cardíacas podem ser um risco em mulheres na menopausa?

A menopausa é um acontecimento da vida para as mulheres, mas a maioria não está ciente de todas as mudanças que irão ocorrer em seus corpos, cérebros e saúde geral.

Os sintomas vasomotores, como as ondas de calor, são geralmente mais conhecidos, contudo, existem dezenas de outros sinais da menopausa que uma mulher pode perceber.

Nem todos os sintomas da menopausa são os mesmos, no que diz respeito a riscos ou desconforto

Nenhum sintoma da menopausa pode ser considerado sem importância, as palpitações cardíacas podem ser particularmente preocupantes, pois podem ser um sinal de um problema de saúde subjacente mais grave. As palpitações da menopausa são descritas como batimentos cardíacos altos, acelerados ou saltados, palpitações ou batidas que ocorrem com ou sem tontura ou vertigem

“As palpitações não são apenas muito comuns, mas também subdiagnosticadas e pouco estudadas, quando conversei com alguns de meus colegas sobre palpitações cardíacas, eles ficaram um pouco chocados com o que ainda não sabemos”, afirmou Janet S, Carpenter, PhD, RN, reitora associada de pesquisa da Universidade de Enfermagem de Indiana Indiana em Indianápolis e autora principal de um estudo que analisa as palpitações cardíacas.

“Não está claro por que eles acontecem, não sabemos se eles estão associados a alterações no EKG e não sabemos se aumentam o risco de doenças cardiovasculares nas mulheres”, afirmou o Dr. Carpenter.

O eletrocardiograma ou EKG é um teste que mede os sinais elétricos do coração para verificar se existe sinais de doença cardíaca.

Menopausa, hormônios e risco de doença cardíaca

Quando uma mulher ainda menstrual, seus níveis de estrogênio e progesterona aumentam e diminuem durante diferentes épocas do mês, segundo a Cleveland Clinic.

Durante a perimenopausa, que é o leva a mulher à menopausa, existe uma diminuição significativa na produção de estrogência, que está associada com um aumento da frequência cardíaca e também de palpitações e arritmias não preocupantes.

A perimenopausa pode se iniciar de 8 a 10 anos antes da menopausa, e durante os últimos anos dessa transição, a queda no estrogênio fica acelerada e muitas mulheres podem começar a sentir os sintomas.

A menopausa tem seu diagnóstico em retrospectiva, após 12 meses consecutivos que uma mulher ficou sem o período menstrual. O estrogênio diminui ainda mais durante essa fase e podem ocorrer batimentos irregulares e palpitações, de acordo com uma publicação da revista Climacteric.

Embora a menopausa não seja a causadora de doenças cardíacas, existe um risco de desenvolvê-las no início da menopausa, de acordo com a American Heart Association (AHA). Um fator que pode contribuir é o declínio do hormônio, que acredita-se que possa ter benefícios para a camada interna da parede arterial, auxiliando a manter os vasos sanguíneos flexíveis.

As palpitações cardíacas na menopausa estão associadas às ondas de calor?

As palpitações cardíacas podem ser subestimadas por causa de pesquisas anteriores que associaram o sintoma como parte de uma onda de calor, ao invés de avaliá-la por si só, disse Carpenter. “Existem alguns estudos que definem as ondas de calor em termos de calor, suor e coração acelerado ou batendo forte, sugerindo que as palpações ocorrem ao mesmo tempo que as ondas de calor”.

“No entanto, quando falo com as mulheres, essas palpitações costumam ser separadas das ondas de calor; eles estão sentindo isso quando se deitam à noite ou no meio do dia – horários estranhos que não estão relacionados às ondas de calor”, relatou Carpenter. Isso sugere que as palpitações são um sintoma próprio, que não possuem relação com as ondas de calor.

As palpitações relacionadas à menopausa afetam milhões de mulheres

Jennifer Lewey, MD, MPH, professora assistente de medicina no Hospital da Universidade da Pensilvânia e diretora do Penn Women’s Cardiovascular Program, ambos localizados na Filadélfia, concorda com a avaliação de Carpenter, afirmando: “Embora eu veja muitas mulheres na menopausa que apresentam palpitações cardíacas , não há muita literatura explicando o que é a prevalência, que tipo de fatores de risco existem para ela, ou mesmo entendendo por que isso acontece.”

A pesquisa que já existe sobre palpitações durante a menopausa indica que é um sintoma usual, e em qualquer lugar cerca de 18,6 a 46,8 por cento das mulheres irão sentir, de acordo com uma pesquisa publicada na revista Menopause.

As palpitações cardíacas podem ser um sinal de problema cardíaco grave?

Em vários casos, as palpitações não costumam ser motivo de preocupação e irão desaparecer com o tempo, segundo o Penn Medicine. Contudo, existem casos em que alguém com o sintoma tem uma doença cardíaca subjacente ou descobre a doença que não foi previamente diagnosticada.

Além de doenças cardíacas. as palpitações também podem ser um sinal de válvula cardíaca anormal, ataque cardíaco, insuficiência cardíaca ou cardiomiopatia

A cardiomiopatia é um conjunto de diferentes condições do músculo cardíaco que podem fazer com que o músculo cardíaco enrijeça, engrosse, afine ou se encha com substâncias que o corpo produz que não deveriam estar presentes, de acordo com o Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).

É importante manifestar as preocupações junto ao médico. Se as palpitações vierem com sinais de algum evento cardíaco mais grave – como perda de consciência; dor no peito, dificuldade ao respirar, dor ou desconforto em um ou ambos os braços, costas, pescoço, mandíbula ou estômago, náusea ou vômito, ou tontura – é fundamental buscar um serviço de emergência, de acordo com as diretrizes da AHA.

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O estudo original foi publicado na Menopause

* “Symptom clusters at midlife: A four-country comparison of checklist and qualitative responses” – 2020

Autores do estudo: Lynnette Leidy Sievert, Carla Makhlouf Obermeyer – Estudo

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