Zika vírus: A neuroimagem é essencial para o diagnóstico correto!

De acordo com um estudo, 71 das 110 crianças brasileiras com maior risco de apresentar problemas devido à exposição ao Zika vírus no útero, sofreram um amplo espectro de anormalidades cerebrais, incluindo calcificações e malformações no desenvolvimento cortical.

Zica vírus e o diagnóstico

Os bebês nasceram no auge da epidemia de zika no Brasil, poucos meses após a nação ter declarado uma emergência nacional de saúde pública. Muitos dos bebês já haviam sido classificados como tendo a forma grave da síndrome congênita do zika, e muitos tinham microcefalia, sequência de ruptura cerebral fetal, artrogripose e exames neurológicos anormais no nascimento.

“Esses 110 bebês representaram um grupo de bebês expostos ao zika vírus que seriam esperados para ter uma alta carga de anormalidades de neuroimagem, o que é uma diferença em relação a outras coortes relatadas. Felizmente, muitos bebês expostos ao vírus não têm achados anormais no cérebro ou um fenótipo clínico associado à síndrome congênita do zika”, disse a Dra Sarah B. Mulkey, que acompanha o estudo do Rio de Janeiro.

De fato, uma coorte retrospectiva de 82 mulheres expostas ao zika vírus durante a gestação, liderada por uma equipe de pesquisa do Children’s National, descobriu que apenas três gestações foram complicadas por anormalidades cerebrais fetais graves. Em comparação com os achados de tomografia computadorizada (TC) ou ressonância magnética (RM) de 65% no novo estudo brasileiro, cerca de 1 em cada 10 (10%) bebês nascidos de mulheres residentes nos EUA com infecção confirmada por Zika durante a gravidez, tiveram defeitos congênitos associados ao vírus zika, de acordo com os Centros para Controle e Prevenção de Doenças.

“Parece haver um espectro de anormalidades de imagem cerebral em crianças expostas ao vírus, incluindo alterações leves e inespecíficas observadas na ultrassonografia craniana (como a vasculopatia lenticulo-estriada e cistos germinolíticos) a anormalidades cerebrais mais significativas, como calcificações subcorticais, ventriculomegalia e, em sua forma mais grave, o manto cortical fino e a sequência de ruptura cerebral fetal”, relatou a Dra Sarah.

Cerca de três anos atrás, o vírus Zika surgiu como uma infecção congênita recém-reconhecida, e um corpo crescente de pesquisas indica que os danos causados ​​diferem de outras infecções que ocorrem no útero. Ao contrário da infecção congênita pelo citomegalovírus, as calcificações cerebrais associadas ao zika são tipicamente subcorticais. Além disso, a sequência de ruptura do cérebro fetal vista em bebês expostos ao vírus é incomum para outras infecções que podem causar microcefalia.

De acordo com a pesquisadora, a neuroimagem precoce continua sendo uma das mais valiosas técnicas de investigação da criança exposta ao zika vírus.

O estudo completo com todas as indicações e técnicas de diagnóstico por neuroimagem foram publicados no jornal científico JAMA Network Open e gentilmente cedido à nossa equipe para publicação no Brasil.

4Medic

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