Perfuração com agulha ovariana transvaginal em mulheres com SOP

O citrato de clomifeno é um dos tratamentos de primeira linha usados ​​para induzir a ovulação (liberação de um óvulo do ovário) em mulheres com síndrome do ovário policístico (SOP – um distúrbio hormonal comum em mulheres em idade reprodutiva). No entanto, 15% a 40% das mulheres com SOP não ovulam após a administração de clomifeno (conhecido como resistência ao clomifeno).

Perfuração de agulha ovariana transvaginal guiada por ultrassom (punção de um ovário sob a orientação de imagens criadas por uma sonda de ultrassom inserida na vagina) é usada em mulheres com SOP resistente ao clomifeno para auxiliar na liberação de um folículo dominante (ovulação).

Além disso, as gonadotrofinas (medicamentos hormonais injetáveis) podem ser oferecidas como uma opção de tratamento para induzir a ovulação em mulheres com SOP resistente ao clomifeno.

Foi sugerido que, em comparação com a perfuração laparoscópica (onde pequenas incisões são feitas na pelve e uma pequena câmera é usada para visualizar os ovários), a perfuração ovariana pode diminuir o risco de complicações cirúrgicas.

Objetivo da revisão

Os autores analisaram se as mulheres com síndrome do ovário policístico (SOP) resistente ao clomifeno se beneficiariam com a aplicação de perfuração com agulha ovariana transvaginal guiada por ultrassom (ultrasound-guided transvaginal ovarian needle drilling [UTND]) para induzir a ovulação.

Critério de seleção

A equipe planejou incluir ensaios clínicos randomizados comparando UTND com perfuração ovariana laparoscópica, e UTND combinado com gonadotrofinas a gonadotrofinas, em mulheres em idade reprodutiva com SOP resistente ao clomifeno e infertilidade.

Coleta e análise de dados

Dois revisores selecionaram independentemente os ensaios identificados pela busca de inclusão, avaliaram a qualidade metodológica e o risco de viés e extraíram os dados. Os desfechos primários foram a taxa de nascidos vivos e a incidência de complicações cirúrgicas (sangramento e infecção).

Os desfechos secundários incluíram taxa de gravidez, taxa de ovulação e síndrome de hiperestimulação ovariana. Os autores planejaram calcular odds ratios com intervalos de confiança de 95% para dados dicotômicos. A equipe iria avaliar a qualidade geral da evidência aplicando os critérios GRADE.

Características do estudo

Nenhum estudo pôde ser incluído para análise. Foram colocados três estudos incluídos anteriormente na categoria de classificação pendente devido às incertezas quanto aos métodos de estudo.

Principais resultados

Não foi possível avaliar o benefício ou dano da aplicação de UTND para mulheres com SOP resistente ao clomifeno, pois nenhum estudo pôde ser incluído na revisão atual.

Qualidade da evidência

Nenhum estudo pôde ser incluído para avaliação de qualidade.

Implicações para a pesquisa

Não há evidências adequadas disponíveis sobre a segurança e eficácia do UTND em comparação com a perfuração ovariana laparoscópica. Ensaios clínicos randomizados grandes (ECRs) e bem planejados sobre a eficácia do UTND combinado com gonadotrofinas versus gonadotrofinas sozinhas são garantidos. Desfechos obstétricos de longo prazo, como nascimento vivo, parto prematuro e efeitos adversos, estão ausentes na maioria dos estudos.

As participantes com índices de massa corporal diferentes e específicos devem ser estudados para localizar a eficácia do UTND em mulheres obesas e não obesas com SOP.

A influência das drogas sensibilizadoras da insulina na eficácia do UTND também deve ser explorada. Os resultados obstétricos de longo prazo e os efeitos adversos pós-operatórios devem ser acompanhados e relatados. Ensaios clínicos randomizados devem ser cuidadosamente relatados e detalhados para avaliação de qualidade. Detalhes sobre métodos de randomização, ocultação de alocação e mascaramento devem ser claramente relatados.

Conclusão dos autores

Uma vez que não foi identificado nenhum estudo para inclusão, os autores não foram capazes de avaliar o benefício ou dano da aplicação de UTND para mulheres com SOP resistente ao clomifeno.

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O estudo original foi publicado na Cochrane Library

“Ultrasound‐guided transvaginal ovarian needle drilling for clomiphene‐resistant polycystic ovarian syndrome in subfertile women” – 2021

Autores do estudo: Zhang J, Tang L, Kong L, Wu T, Xu L, Pan X, Liu GJ – Estudo

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