Impacto da poluição do ar em pessoas com problemas respiratórios
A poluição do ar exterior é um grande problema, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que mais de 90% das pessoas vivem em locais onde a poluição do ar está em níveis prejudiciais. Pensa-se que uma pessoa média que vive na Europa perde um ano de vida devido à má qualidade do ar.
A poluição do ar tende a ter um efeito maior em pessoas que já apresentam problemas respiratórios, como asma e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).
Algumas opções para ajudar a reduzir os efeitos da poluição do ar incluem o uso de uma máscara que filtra a poluição do lado de fora, evitando certas estradas com muito tráfego ou usando alertas de poluição do ar. Não está claro o quão bem essas opções funcionam, e também há uma chance de que tais opções possam ter efeitos indesejáveis ou ser desagradáveis.
Os autores decidiram realizar essa pesquisa após conhecer um grupo de pessoas com DPOC em Londres. Eles pediram que eles fizessem suas perguntas mais importantes sobre sua saúde. Vários membros do grupo queriam saber se havia alguma evidência sobre o que eles mesmos poderiam fazer para respirar menos poluição do ar.
Questões de revisão
- Que opções existem para as pessoas com e sem problemas respiratórios de longa duração para reduzir a sua exposição à poluição do ar exterior?
- Essas opções têm algum impacto na saúde das pessoas com problemas respiratórios de longa duração?
Características do estudo
Foi incluído qualquer estudo que tentasse uma intervenção em nível individual para reduzir a quantidade de poluição do ar a que as pessoas eram expostas. Com isso os autores querem dizer algo que uma pessoa pode fazer por si mesma, por exemplo, usar máscara ou inscrever-se para receber alertas sobre os níveis de poluição do ar.
Foram incluídos estudos em adultos e crianças saudáveis, bem como em pessoas com problemas respiratórios de longa duração. As principais medidas em que estávamos interessados foram: medidas de exposição à poluição do ar; surtos de condições respiratórias; internações hospitalares; qualidade de vida; e graves efeitos colaterais indesejados. A maioria dos estudos foi financiada por um subsídio do governo ou de caridade.
Principais resultados
A equipe encontrou onze estudos para incluir na revisão. Os estudos tentaram várias maneiras diferentes de reduzir a exposição à poluição do ar: cinco estudos usaram máscaras que filtram a poluição, cinco estudos usaram alertas de poluição do ar e educação e um estudo testou um ciclo de deslocamento de poluição de baixo nível. Os estudos variaram em tamanho de 15 pessoas a mais de 1000.
Como os estudos eram todos muito diferentes, não foi possível combinar os resultados estatisticamente. A equipe também descobriu que a maioria dos estudos não podia ‘cegar’ os participantes ou o pessoal do estudo, o que significa que as pessoas envolvidas nos estudos sabiam se estavam recebendo a opção destinada a reduzir a exposição à poluição. Isso é importante porque saber disso pode influenciar a maneira como as pessoas se comportam.
Máscara de filtragem de poluição e estudos de rota do ciclo
A equipe percebeu que as máscaras e uma rota do ciclo de poluição de baixo nível podem ter um pequeno efeito nas medidas que mostram que você foi exposto à poluição do ar (por exemplo, pressão arterial), mas os resultados dos diferentes estudos foram variados e não tínhamos certeza.
Um estudo relatou que as pessoas acharam a respiração um pouco mais difícil enquanto usavam máscara, mas nenhum dos outros estudos registrou especificamente efeitos colaterais indesejados. Pessoas que usam uma rota do ciclo de poluição de baixo nível tiveram menos irritação no nariz e na garganta, mas isso não afetou nenhum outro sintoma respiratório.
Estudos de alerta de qualidade do ar
Um estudo descobriu que enviar alertas às pessoas quando a qualidade do ar está ruim pode aumentar o número de vezes que elas vão ao pronto-socorro ou são hospitalizadas. Mas dois outros estudos que analisaram isso não encontraram uma diferença clara entre as pessoas que receberam os alertas e as que não receberam.
Os autores entenderam que, em alguns estudos, as pessoas que receberam alertas de poluição do ar e educação sobre como evitar a poluição do ar relataram comportamentos mais “preventivos”, por ex. evitar exercícios ao ar livre quando a qualidade do ar era ruim. Mas em outros estudos, os alertas não parecem fazer muita diferença.
Outro estudo relatou que não houve diferença clara nos sintomas respiratórios entre aqueles que receberam alertas de poluição do ar e aqueles que não receberam.
Resultado
Não foram encontrados muitos estudos que nos ajudassem a responder a essa pergunta. Os estudos encontrados eram bastante diferentes uns dos outros, por isso foi possível combiná-los para fazer uma imagem mais clara.
Isso significa que ainda se pode ter certeza de qual é o melhor conselho a dar às pessoas que desejam reduzir o impacto da poluição do ar em seu dia a dia.
Conclusão dos autores
A falta de evidências e diversidade de estudos limitou as conclusões da revisão. Usar uma máscara ou uma rota de ciclo de baixa poluição pode mitigar alguns dos impactos fisiológicos da poluição do ar, mas as evidências eram muito incertas.
Os autores encontraram resultados conflitantes para outros resultados, incluindo uso de cuidados de saúde, sintomas e adesão/mudança de comportamento. Eles não localizaram evidências de eventos adversos.
Os estudos devem relatar desfechos importantes para pessoas com problemas respiratórios, como exacerbações, internações hospitalares, qualidade de vida e eventos adversos.
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O estudo original foi publicado na Cochrane Library
“Individual‐level interventions to reduce personal exposure to outdoor air pollution and their effects on people with long‐term respiratory conditions” – 2021
Autores do estudo: Janjua S, Powell P, Atkinson R, Stovold E, Fortescue R – Estudo