Biocompósito da mata atlântica combate Chagas e leishmaniose!
Compostos naturais isolados de Nectandra leucantha, espécie arbórea neotropical da Mata Atlântica Brasileira, também conhecida como canela branca ou canela seca, foi testada em um novo estudo e poderá ser útil na produção de novos medicamentos para o tratamento da doença de chagas e da leishmaniose.
Leishmaniose e os novos estudos
Em uma nova pesquisa realizada FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), pesquisadores do IAL (Instituto Adolfo Lutz), concluíram que neolignanas existentes na canela seca (Nectandra leucantha) foram capazes de combater os principais parasitas causadores da doença de Chagas e da leishmaniose.
“Nos surpreendemos ao constatar que os biocompostos são extremamente potentes contra tripanossoma cruzi e o leishmania infantum”, relatou ao 4Medic André Gustavo Tempone, autor do estudo, o pesquisador e chefe do Centro de Parasitologia e Micologia do Instituto Adolfo Lutz.
Durante anos os pesquisadores do IAL, procuravam e testavam novos compostos da Mata Atlântica que pudessem ser utilizados posteriormente na fabricação de medicamentos para combater doenças causadas por parasitas e outros agentes infecciosos que mais atingem pessoas pobres.
Um novo projeto para isolar os neolignanos foi realizado em parceria com professor da UFABC (Universidade Federal do ABC), o doutor João Henrique Ghilardi Lago.
Para avaliar os efeitos dos compostos nas células do sistema imunológico, o projeto contou com a parceria de alguns pesquisadores da Ohio State University nos Estados Unidos.
O estudo mostrou que os seus compostos derivados da Canela Seca, foram capazes e atingir diretamente as mitocôndrias do parasita, potencializando o seu efeito.
Os compostos são capazes de afetar a replicação do DNA dos parasitas, prejudicando assim o seu ciclo de vida celular, levando o parasita a uma morte celular programada.
Agora os pesquisadores planejam melhorar cada vez mais os compostos para que os mesmos possam se adequar da melhor maneira ao organismo humano. A ideia é que em pouco tempo possam ser produzidos medicamentos eficazes e seguros para o tratamento efetivo da doença de chagas e da leishmaniose.
O resultado da pesquisa foram publicados estão à disposição da comunidade científica no European Journal of Medicinal Chemistry.