Estudo analisa eficácia de terapias à base artemisinina para tratar malária
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda terapias combinadas à base de artemisinina (ACTs) para tratar a malária por Plasmodium falciparum não complicada.
Preocupações com a resistência à artemisinina levaram a iniciativas globais para desenvolver novos medicamentos parceiros para proteger os derivados da artemisinina no ACT. Pironaridina-artesunato é um novo ACT.
O que foi estudado na revisão?
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que a malária seja tratada com combinações de medicamentos chamados terapias combinadas à base de artemisinina (ACTs). Pironaridina-artesunato é um novo ACT.
Novos ACTs são necessários para tratar a malária que se tornou resistente aos ACTs atualmente disponíveis e para ajudar a evitar que a malária se torne mais resistente ao tratamento.
Os autores compararam pironaridina-artesunato com outros ACTs para avaliar sua eficácia contra a malária por P falciparum e compararam pironaridina-artesunato e pironaridina sozinhos a outros medicamentos para avaliar sua segurança.
Quais são os principais resultados da revisão?
Foram incluídos cinco estudos na análise da eficácia do tratamento. Quatro estudos compararam pironaridina-artesunato com artemeter-lumefantrina em adultos e crianças de todas as idades na África e na Ásia.
Um estudo comparou pironaridina-artesunato com artesunato-amodiaquina em adultos e crianças mais velhas na África, e um estudo comparou pironaridina-artesunato com mefloquina mais artesunato em adultos e crianças mais velhas na África e Ásia. Foram incluídos outros cinco estudos na análise de segurança de medicamentos.
Pironaridina-artesunato tratou eficazmente a malária P falciparum não complicada e pode ser pelo menos tão bom ou melhor do que as terapias combinadas à base de artemisinina existentes (evidência de baixa a moderada certeza).
Pironaridina-artesunato aumenta o risco de exames de sangue que sugerem lesão hepática leve (evidência de grau moderado a alto). Não foram encontradas evidências de que qualquer lesão hepática desse tipo fosse grave ou irreversível. Os autores não sabem como a pironaridina-artesunato pode afetar pessoas que já apresentam danos no fígado.
A equipe encontrou dois ensaios que recrutaram exclusivamente crianças menores de 12 anos, com um total de 732 participantes. Ao incluir apenas os dados desses estudos, não foram encontradas diferenças na eficácia ou segurança do tratamento entre pironaridina-artesunato e arteméter-lumefantrina.
Os autores identificaram mais sete estudos que forneceram dados observacionais sobre a segurança da pironaridina. Os dados desses estudos nos permitiram aumentar a população na qual a segurança foi avaliada. Os dados observacionais não sugeriram um excesso de efeitos adversos importantes.
Conclusão dos autores
Pironaridina-artesunato foi eficaz contra malária P falciparum não complicada; alcançou uma taxa de falha de tratamento ajustada por PCR de menos de 5% nos dias 28 e 42; e pode ser pelo menos tão bom ou melhor do que outras terapias combinadas à base de artemisinina comercializados.
Pironaridina-artesunato aumenta o risco de episódios de ALT anormalmente elevada. Os dados observacionais não sinalizaram um excesso de efeitos adversos clinicamente importantes.
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O estudo original foi publicado na Cochrane Library
“Pyronaridine‐artesunate for treating uncomplicated Plasmodium falciparum malaria” – 2022
Autores do estudo: Pryce J, Taylor M, Fox T, Hine P – Estudo