Monitoramento remoto de dispositivos cardíacos pode ajudar especialistas
Um programa de software pode ajudar a simplificar o trabalho das clínicas, fornecendo o monitoramento remoto de dispositivos cardíacos, sugeriu um estudo.
O monitoramento remoto com o software PaceMate LIVE em 25 centros rendeu 205.804 transmissões de 26.713 pacientes consecutivos com dispositivos eletrônicos cardíacos implantáveis (cardiac implantable electronic devices [CIEDs]) ao longo de 12 meses. Cerca de 40% das transmissões foram de alertas, o restante sendo transmissões programadas. Quase 55% das pessoas transmitiram pelo menos um alerta.
Dos alertas, 31,0% vieram de marca-passo permanente (permanent pacemaker [PPM]), 18,9% de cardioversor-desfibrilador implantável (CDI) e 50,1% de gravador de loop implantável (implantable loop recorder [ILR]). Isso se traduziu em mediana de dois alertas por PPM, dois por ICD e quatro por ILR, por ano.
Os alertas eram em grande parte alertas amarelos exigindo resposta não urgente (95,2%), com menos alertas vermelhos exigindo resposta clínica urgente (4,8%), de acordo com Prashanthan Sanders, MBBS, PhD, do Royal Adelaide Hospital na Austrália, e colegas em seu relato online no JACC Clinical Electrophysiology.
“O RM [monitoramento remoto] evoluiu como o padrão de atendimento na prática clínica. No entanto, há uma carga significativa da equipe no gerenciamento das inúmeras transmissões e alertas”, disseram os autores.
Parte do problema é que a equipe clínica precisa investir tempo avaliando as transmissões individuais de vários dispositivos e de vários fabricantes de dispositivos. Além disso, o site de cada fornecedor requer a navegação de uma interface única e caminhos exclusivos para a avaliação e processamento das transmissões, de acordo com os investigadores.
“São necessárias intervenções para reestruturar sistemas de gerenciamento de RM típicos. O uso de tecnologia para a integração automatizada de todos os alertas de vários fornecedores em uma interface tem o potencial de agilizar o fluxo de trabalho de RM, reduzindo a carga para a equipe clínica, especialmente na era de uso extensivo de ILR”, Sanders e seus colegas sugeriram.
Como o estudo foi conduzido e conclusão dos autores
O estudo incluiu 25 centros de monitoramento remoto nos Estados Unidos e na Austrália.
Os participantes do estudo foram submetidos a monitoramento remoto de um PPM em 46,7% dos casos, um CDI em 34,5% e um ILR em 18,8%.
Mais da metade dos alertas vermelhos foram transmitidos por ICDs. Aproximadamente um em cada três alertas do CDI foram para taquiarritmias ventriculares e estimulação antitaquicardia ou aplicação de choque.
O PaceMate LIVE integrou automaticamente todas as transmissões de monitoramento remoto – de dispositivos Medtronic, Abbott Medical, Boston Scientific e Biotronik – em uma única interface de usuário. Os técnicos cardíacos analisaram as transmissões recebidas 24 horas por dia e resumiram os alertas em mensagens curtas para cada clínica.
“A adjudicação de terceiros e a sumarização de alertas por técnicos cardíacos qualificados, combinados com automação e inteligência artificial, podem redirecionar a energia da equipe clínica para verdadeiros alertas positivos que requerem atenção e permitir que alertas críticos sejam avaliados fora do horário de expediente”, disse a equipe de Sanders.
No entanto, os autores não fizeram uma avaliação dos efeitos reais desse sistema no tempo desde o evento até a decisão clínica, o tempo gasto por alerta pela equipe clínica, os custos e os resultados dos pacientes.
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O estudo original foi publicado no JACC Clinical Electrophysiology
* “Remote Monitoring Alert Burden: An Analysis of Transmission in >26,000 Patients” – 2020
Autores do estudo: Catherine J. O’Shea, Melissa E. Middeldorp, Jeroen M. Hendriks, Anthony G. Brooks, Dennis H. Lau, Mehrdad Emami, Ricardo Mishima, Anand Thiyagarajah, Suzanne Feigofsky, Rakesh Gopinathannair, Niraj Varma, Kevin Campbell,Prashanthan Sanders – 10.1016/j.jacep.2020.08.029