Descoberta uma nova abordagem para melhorar o transplante de medula óssea!

Pesquisadores do Hospital Mount Sinai, em Nova York, EUA, descobriram uma maneira de aumentar a potência das células-tronco formadoras de sangue, potencialmente abrindo a porta para uma nova abordagem para o transplante de medula óssea.

A escassez de células-tronco formadoras de sangue, conhecidas como células-tronco hematopoiéticas (CTHs), limita severamente o transplante de medula óssea, que pode curar muitos distúrbios do sangue e tumores sólidos. A equipe do Mount Sinai relata que a manipulação da atividade metabólica em torno dos lisossomos, os centros de armazenamento e reciclagem dentro das células, pode aumentar em mais de 90 vezes a potência das células-tronco formadoras de sangue no transplante de medula óssea.

Melhoria no transplante de medula óssea

“As células-tronco hematopoiéticas perdem seu potencial de células-tronco quando são cultivadas em um prato, o que limita sua capacidade de ser facilmente propagada em laboratório. Para que essas células-tronco mantenham a potência ideal, elas não devem se dividir constantemente – colocando-as sob estresse metabólico que pode alterar sua saúde e longevidade. Em vez disso, devem estar em um estado inativo, de inércia. Mas, manter a inatividade de células-tronco do sangue fora do corpo tem sido um desafio, assim nesta pesquisa descobrimos que os lisossomos são fundamentais para a dormência dessas células”, diz o Dr Saghi Ghaffari, Professor de Biologia Celular no Instituto de Células-Tronco da Família no Hospital Mount Sinai e principal autor da pesquisa.

Através de seu extenso trabalho em camundongos, os cientistas do Mount Sinai usaram um inibidor lisossômico eficaz e específico que reduz a acidez lisossômica e a liberação de aminoácidos nas células. O efeito final é restaurar as células-tronco com lisossomos ativados para um estado de repouso. O estudo descobriu ainda que a inibição da glicólise – a quebra de glicose e outros açúcares por enzimas – também aumenta a quiescência e a potência das células-tronco hematopoiéticas, que se acredita depender da glicólise para obter sua energia.

Os cientistas tentam há anos gerar mais CTHs em laboratório para uso clínico. “Nossa metodologia é diferente das demais porque é baseada na qualidade e não na quantidade. Ao restringir a atividade lisossômica, produzimos menos células-tronco formadoras de sangue para transplante de medula óssea, mas elas funcionam muito melhor porque preservamos e melhoramos sua potência”, explica o Dr. Ghaffari, biólogo de células-tronco e especialista reconhecido em doenças do sangue.

Este trabalho pode ser usado para gerar células-tronco sanguíneas a partir de células-tronco pluripotentes cultivadas (células mestras que podem ser transformadas em qualquer tipo de célula madura) ou para melhorar a função das células-tronco humanas no transplante de medula óssea, algo que está sendo tentado no laboratório do Dr. Ghaffari.

Isso também levou a muitas questões novas sobre a contribuição dos lisossomos para a quiescência e potência das células-tronco e suas possíveis aplicações terapêuticas. Ainda outro impacto do trabalho de seu laboratório poderia ser a identificação e o direcionamento de células-tronco que propagam doenças malignas no sangue, incluindo a leucemia.

 

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A pesquisa completa foi publicado na revista científica Cell Stem Cell.

* “Restraining Lysosomal Activity Preserves Hematopoietic Stem Cell Quiescence and Potency” – 2020.

Autores do estudo: Raymond Liang, Tasleem Arif, Svetlana Kalmykova, Artem Kasianov, Miao Lin, Vijay Menon, Jiajing Qiu, Jeffrey M. Bernitz, Kateri Moore, Fangming Lin, Deanna L. Benson, Nikolaos Tzavaras, Milind Mahajan, Dmitri Papatsenko, Saghi Ghaffari – 10.1016/j.stem.2020.01.013

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