Medicamentos antiepilépticos para prevenção de convulsões

A neurocisticercose é uma infecção comum do cérebro. É causada pelas larvas da tênia do porco que migram para o cérebro e formam um saco fechado em torno de si mesmas (denominado cisto). As convulsões são os sintomas mais comuns, embora algumas pessoas possam apresentar dor de cabeça, vômitos ou outros sintomas de edema cerebral.

Esta revisão investigou a utilidade dos medicamentos antiepilépticos (antiepileptic drugs [AEDs]) na prevenção de convulsões em pessoas que não tiveram convulsões no início, mas apresentaram esses outros sintomas.

Os autores também examinaram a utilidade dos AEDs em pessoas com epilepsia devido à neurocisticercose, em termos de escolha do medicamento, dosagem, duração do tratamento, efeitos colaterais e qualidade de vida.

Objetivos

Avaliar os efeitos (benefícios e malefícios) dos medicamentos antiepilépticos para a prevenção primária e secundária de convulsões em pessoas com neurocisticercose.

Para a questão da prevenção primária, a equipe examinou se os AEDs reduzem a probabilidade de convulsões em pessoas que tiveram neurocisticercose, mas não tiveram convulsões.

Para a questão da prevenção secundária, os autores examinaram se os AEDs reduzem a probabilidade de novas convulsões em pessoas que tiveram pelo menos uma convulsão devido à neurocisticercose.

Como parte dos estudos de prevenção primária, os autores também buscaram examinar qual AED foi benéfico em pessoas com neurocisticercose em termos de duração, dose e perfil de efeitos colaterais.

Características do estudo

Foram incluídos quatro ensaios, com um total de 466 participantes, que se concentraram na comparação de curta e longa duração do tratamento com AED em pessoas com um único cisto cerebral. Os estudos consideraram de seis a 12 meses como tratamento de curta duração e de 12 a 24 meses como tratamento de longa duração.

Principais resultados

Houve resultados inconclusivos para o benefício de uma duração de AED sobre o outro (seis, 12 ou 24 meses) para pessoas com um único cisto. Em pessoas com cistos calcificados, a duração mais longa da terapia pode ser preferível.

Todos os quatro ensaios incluídos envolveram pessoas com uma única lesão cerebral. Os achados de nossa revisão não podem ser generalizados para pessoas com cistos múltiplos ou com cistos em partes incomuns do cérebro.

Implicações para a pesquisa

Mais estudos são necessários para determinar qual AED é mais adequado para pessoas com convulsões (ou epilepsia) devido à neurocisticercose, e a faixa de dose ideal e a duração do tratamento para cada AED.

Estudos são necessários para abordar a questão de saber se o tratamento profilático com medicamentos antiepilépticos reduz a ocorrência de convulsões. O efeito do tratamento com AED na qualidade de vida das pessoas com neurocisticercose também precisa ser investigado.

Conclusão dos autores

Apesar da neurocisticercose ser a causa mais comum de epilepsia em todo o mundo, atualmente não há evidências disponíveis sobre o uso de medicamentos antiepilépticos como profilaxia de convulsões entre pessoas que apresentam sintomas diferentes de convulsões.

Para aqueles que apresentam convulsões, não há evidências confiáveis ​​sobre a duração do tratamento necessário. Portanto, há uma necessidade de ensaios clínicos randomizados em grande escala para abordar essas questões.

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O estudo original foi publicado na Cochrane Library

“Antiepileptic drugs for seizure control in people with neurocysticercosis” – 2021

Autores do estudo: Walton D, Castell H, Collie C, Wood GK, Sharma M, Singh T, Michael BD – Estudo

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