Cientistas descobrem uma nova forma de imunoterapia!
Uma nova forma de imunoterapia que até agora foi testada em camundongos torna provável que os oncologistas possam, no futuro, tratar alguns dos pacientes que não estão respondendo aos tipos existentes de imunoterapia. Em vez de atacar diretamente as células cancerígenas, a nova técnica atinge e remove um subtipo de células imunes conhecidas como macrófagos, após o qual o próprio sistema imunológico começa a atacar o câncer.
Uma nova forma de imunoterapia
Pesquisadores da Universidade de Aarhus, na Dinamarca, colaboraram com colegas na França, Reino Unido e EUA, para mostrar que a forma grave de câncer de pele “melanoma maligno” pode ser derrotado usando o novo método. Esta variante do câncer de pele é responsável por 80% de todas as mortes por melanomas.
“Estudamos o que acontece com o tumor quando ele é exposto a um tratamento direcionado que remove precisamente 10% dos macrófagos que estão apoiando o tumor canceroso em vez de combatê-lo. O resultado mais importante é que a depleção desse tipo específico de macrófago faz com que o tumor encolha, o que é desencadeado por uma mobilização subsequente de novos macrófagos e, em última análise, também uma ativação das chamadas células T que atacam o tumor”, diz Anders Etzerodt, professor em imunologia do câncer no Departamento de Biomedicina da Universidade de Aarhus, ele é o principal autor do estudo.
O tipo de macrófagos que os pesquisadores removeram expressa um receptor específico, CD163, na superfície celular. Ao contrário de outros macrófagos, estes são conhecidos por terem um efeito indesejável em relação ao câncer. Em vez de reconhecer as células cancerosas como tecido indesejado, o macrófago vê os tumores como tecidos normais que precisam de ajuda na regeneração. Também é amplamente reconhecido que as taxas de sobrevivência são piores se houver muitos macrófagos, que expressam o receptor CD163 no tumor.
Quando os macrófagos de manutenção no tumor são removidos, os atacantes podem ser mobilizados, enquanto as células T e um número de outros macrófagos colaboram para atacar o tumor. O interessante é que a coisa toda acontece sozinha assim que é removido um décimo dos macrófagos que expressam CD163, e que estes parecem querer “decidir” quais células imunológicas podem entrar e sair do tumor.
Descobrir que é realmente possível direcionar o tratamento de quimioterapia médica para que ele atinja precisamente os macrófagos, que são marcadores negativos para a sobrevivência, é em si um achado importante.
O estudo completo foi publicado e está a disposição no Journal of Experimental Medicine.