Uso contínuo de drogas antiepilépticas para prevenção de convulsões
Convulsões após um acidente vascular cerebral são clinicamente importantes. Não está claro se as drogas antiepilépticas são eficazes na prevenção de convulsões após um acidente vascular cerebral em adultos.
Pergunta de revisão
Existem evidências para apoiar o uso rotineiro de drogas antiepilépticas (DAEs) para a prevenção primária e secundária de convulsões após acidente vascular cerebral?
Objetivos da revisão
Avaliar os efeitos dos drogas antiepilépticas para a prevenção primária e secundária de convulsões após acidente vascular cerebral. Para prevenção primária, nosso objetivo foi avaliar se os DAEs reduzem a probabilidade de convulsões em pessoas que sofreram um acidente vascular cerebral, mas não tiveram uma convulsão.
Para prevenção secundária, nosso objetivo foi avaliar se os DAEs reduzem a probabilidade de novas convulsões em pessoas que tiveram um AVC e pelo menos uma convulsão pós-AVC.
Resultados da revisão
Foram encontrados dois estudos prospectivos randomizados, duplo-cegos, controlados por placebo, avaliando o efeito de drogas antiepilépticas na prevenção primária de convulsões após acidente vascular cerebral.
O primeiro estudo incluiu 72 adultos, comparando ácido valpróico com placebo, e não mostrou diferença na convulsão pós-AVC entre o grupo intervenção e o grupo controlado. O segundo estudo incluiu 784 adultos, comparando diazepam com placebo, e não mostrou diferença na convulsão pós-AVC entre o grupo diazepam e o grupo placebo.
No entanto, uma análise de subgrupo dos infartos corticais da circulação anterior mostrou um possível benefício com diazepam profilático nos primeiros três meses após o acidente vascular cerebral.
No geral, não há evidências suficientes para apoiar o uso rotineiro de drogas antiepilépticas para prevenir convulsões após acidente vascular cerebral. Mais pesquisas sobre se a profilaxia de DAE é indicada em todos os AVCs ou em AVCs com características específicas são justificadas.
Qualidade da evidência
Os autores avaliaram os estudos incluídos como tendo um baixo risco geral de viés e a certeza da evidência como baixa a moderada. Isso significa que mais pesquisas provavelmente terão um impacto importante em nossa confiança na estimativa do efeito e podem alterar as conclusões.
Conclusão dos autores
Não há evidências suficientes para apoiar o uso rotineiro de drogas antiepilépticas na prevenção primária e secundária de convulsões após acidente vascular cerebral. Outros estudos bem conduzidos são necessários para este importante problema clínico.
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O estudo original foi publicado na Cochrane Library
“Antiepileptic drugs for the primary and secondary prevention of seizures after stroke” – 2022
Autores do estudo: Chang RS, Leung WCY, Vassallo M, Sykes L, Battersby Wood E, Kwan J – Estudo
