Bula do medicamento Sandostatin


Sandostatin – Bula do remédio

Sandostatin com posologia, indicações, efeitos colaterais, interações e outras informações. Todas as informações contidas na bula de Sandostatin têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes com Sandostatin devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.

Aviso importante

Todas as bulas constantes em nosso portal são meramente informativas. Em caso de dúvidas quanto ao conteúdo de algum medicamento, procure orientação de seu médico ou farmacêutico.

A 4Medic não vende nenhum tipo de medicamento

Laboratório

Novartis

Apresentação de Sandostatin

sol. inj.: emb. c/ 5 amp. de 0,05 mg/ml, 0,1 mg/ml e 0,5 mg/ml.

Sandostatin – Indicações

Controle sintomático e redução dos níveis plasmáticos do hormônio de crescimento e da IGF-1 em pacientes com acromegalia, inadequadamente controlados por cirurgia ou radioterapia. O tratamento com Sandostatin é também indicado para pacientes acromegálicos inaptos a, ou que não desejem, submeter-se à cirurgia, ou ainda no período de intervalo até que a radioterapia se torne completamente eficaz. Alívio dos sintomas associados com tumores endócrinos gastroenteropancreáticos funcionais: tumores carcinóides com características da síndrome carcinóide; VIPomas; glucagonomas; gastrinomas/síndrome de Zollinger-Ellison, geralmente em associação com terapia com inibidores da bomba de prótons ou com antagonista-H2, com ou sem antiácidos; insulinomas, para controle pré-operatório de hipoglicemia e terapia de manutenção; GRFomas. Sandostatin não constitui terapia antitumoral e não tem efeito curativo em tais pacientes. Controle de diarréia refratária associada com Aids. Prevenção de complicações após cirurgia pancreática. Controle emergencial para estancar o sangramento e proteger contra o ressangramento causado por varizes gastroesofágicas em pacientes com cirrose. Sandostatin deve ser usado em associação com tratamento específico, como a escleroterapia endoscópica.

Contra-indicações de Sandostatin

Hipersensibilidade à octreotida ou a qualquer componente da formulação.

Advertências

Gerais
Tendo em vista que tumores hipofisários secretores de GH podem por vezes se
expandir, causando complicações sérias (por ex., defeitos do campo visual), é
essencial que todos os pacientes sejam cuidadosamente controlados. Se surgir
evidência de expansão de tumor, procedimentos alternativos podem ser
necessários.
Os benefícios terapêuticos da redução nos níveis do hormônio de crescimento (GH)
e da normalização da concentração do Fator de Crescimento semelhante à insulina
1 (IGF-1) em mulheres com acromegalia podem potencialmente restaurar a
fertilidade. Pacientes com potencial para engravidar devem ser aconselhadas a
utilizar um método contraceptivo adequado, se necessário, durante o tratamento
com octreotida (vide ?Gravidez e lactação?).
A função da tireóide deve ser monitorizada em pacientes recebendo tratamento
prolongado com octreotida.
Eventos cardiovasculares relatados
Tem sido relatado casos incomuns de bradicardia. Pode ser necessário ajustes de
doses de drogas como beta-bloqueadores, bloqueadores de canais de cálcio, ou
agentes que controlam balanço hídrico e eletrolítico.
Vesícula biliar e eventos relacionados
A incidência da formação de cálculos biliares com o tratamento com Sandostatin
é estimada em 15% a 30%. A incidência na população em geral é de 5% a 20%.
Portanto, recomenda-se exame ultrassonográfico da vesícula biliar antes, e a
intervalos de 6 a 12 meses, durante a terapia com Sandostatin. Os cálculos
biliares em pacientes tratados com Sandostatin são geralmente assintomáticos.
Cálculos sintomáticos devem ser tratados ou por terapia de dissolução com ácidos
biliares ou por cirurgia.
Tumores endócrinos gastroenteropancreáticos
Durante o tratamento de tumores endócrinos gastroenteropancreáticos, podem
ocorrer raros episódios de escapes repentinos do controle sintomático por
Sandostatin, com rápida recorrência de sintomas graves.
Metabolismo da glicose
Em função da ação inibitória sobre o hormônio do crescimento, o glucagon e a
insulina, Sandostatin pode afetar a regulação da glicose. A tolerância pósprandial
à glicose pode ser prejudicada e, em alguns casos, a administração crônica
pode induzir a um estado de hiperglicemia persistente.
Em pacientes com insulinomas, por sua potência relativa maior na inibição da
secreção do hormônio de crescimento e glucagon, em comparação com da insulina,
e pela duração mais curta de sua ação inibitória sobre a insulina, a octreotida pode
aumentar a intensidade e prolongar a duração da hipoglicemia. Esses pacientes
devem ser cuidadosamente monitorados durante o início da terapia com
Sandostatin e a cada alteração na posologia. Flutuações acentuadas na
concentração de glicose podem possivelmente ser reduzidas por doses menores e
mais freqüentes.
As necessidades de insulina na terapia de pacientes com diabetes mellitus tipo I,
podem ser reduzidas pela administração de Sandostatin. Em pacientes não
diabéticos e com diabetes tipo II, com reservas de insulina parcialmente intactas, a
administração de Sandostatin pode resultar em aumento prandial da glicemia.
Portanto, recomenda-se a monitoração da tolerância à glicose e do tratamento
antidiabético.
Varizes esofágicas
Há maior risco do desenvolvimento de diabetes insulino-dependente ou de
alterações da necessidade de insulina em pacientes com diabetes preexistente após
episódios de sangramento das varizes esofágicas. É obrigatória a monitoração
apropriada dos níveis de glicemia.
Reações no local de aplicação
Em um estudo de toxicidade de 52 semanas em ratos, predominantemente em
machos, foram observados sarcomas no local da injeção subcutânea apenas na
dose mais alta (cerca de 40 vezes a dose máxima para os seres humanos). Não
ocorreram lesões hiperplásicas ou neoplásicas no local da injeção subcutânea em
um estudo de toxicidade de 52 semanas em cães. Não houve relato de formação de
tumor nos locais de injeção em pacientes tratados com Sandostatin por até
quinze anos. Toda a informação disponível no momento indica que os achados em
ratos são específicos da espécie e não apresentam relevância para o uso da droga
em seres humanos.
Nutrição
A octreotida pode alterar a absorção de lipídeos da dieta em alguns pacientes.
Foram observados em alguns pacientes recebendo terapia com octreotida,
diminuição dos níveis de vitamina B12 e testes anormais de Schilling. É recomendada
a monitorização dos níveis de vitamina B12 durante terapia com Sandostatin em
pacientes com histórico de privação de vitamina B12.
A experiência com Sandostatin em crianças é limitada.
Não existem evidências de redução da tolerabilidade ou da necessidade de
alteração das doses em idosos tratados com Sandostatin.
Efeitos sobre a habilidade de dirigir veículos e/ou operar máquinas:
Não existem dados sobre o efeito de Sandostatin sobre a habilidade de dirigir
e/ou operar máquinas.

Uso na gravidez de Sandostatin

Gravidez
Não há estudos adequados e bem controlados em mulheres grávidas. Na
experiência pós-comercialização, dados de exposição de um número limitado de
casos de gravidez foram reportados em pacientes com acromegalia, no entanto em
metade dos casos, o acompanhamento foi desconhecido.
A maioria das mulheres foi exposta à octreotida em doses que variaram entre 100 a
300 mcg/dia de Sandostatin s.c. ou 20 a 30 mg/mês de Sandostatin LAR
durante o primeiro trimestre de gestação. Em aproximadamente dois terços dos
casos com acompanhamento conhecido, as mulheres escolheram continuar a
terapia com octreotida durante a gravidez. Na maioria dos casos com
acompahamento conhecido, foram reportados neonatos normais, mas também
muitos abortos espontâneos durante o primeiro trimestre e poucos abortos
induzidos.
Não há casos de anomalias congênitas ou malformações atribuídos ao uso de
octreotida nos casos reportados de acompanhamento de gravidez.
Estudos em animais não indicaram efeitos nocivos diretos ou indiretos em relação à
gravidez, ao desenvolvimento embriofetal/fetal, ao parto ou ao desenvolvimento pósnatal,
exceto por algum retardo transitório no crescimento fisiológico (vide ?Dados de
segurança pré-clínicos?).
Sandostatin deve ser prescrito para mulheres grávidas somente sob
circunstâncias estritamente necessárias (vide ?Advertências e Precauções?).
Lactação
Não se sabe se a octreotida é excretada no leite materno em humanos. Estudos em
animais demonstraram excreção de octreotida em leite materno. Pacientes não
devem amamentar durante o tratamento com Sandostatin.

Interações medicamentosas de Sandostatin

Observou-se que Sandostatin reduz a absorção intestinal de ciclosporina e
retarda a de cimetidina.
A biodisponibilidade de bromocriptina é aumentada com a administração
concomitante de octreotida.
Dados limitados indicam que análogos da somatostatina podem diminuir o clearance
(depuração) metabólico dos componentes conhecidamente metabolizados pelas
enzimas do citocromo P450, o que pode ser devido à supressão do hormônio do
crescimento. Uma vez que não se pode excluir que a octreotida tenha este efeito,
deve-se usar com precaução outras drogas metabolizadas principalmente pelo
citocromo CYP3A4 e que tenham índices terapêuticos baixos (por exemplo:
quinidina, terfenadina).

Reações adversas / Efeitos colaterais de Sandostatin

Os principais efeitos colaterais observados com a administração de Sandostatin são locais e gastrintestinais. Geral: Raros: reações de hipersensibilidade na pele e queda transitória de cabelos. Relatos isolados de reações anafiláticas. Sistema cardiovascular: Casos isolados de bradicardia. Vesícula biliar: O uso prolongado de Sandostatin pode causar a formação de cálculos (ver Advertências e precauções). Sistema gastrintestinal: Os efeitos colaterais gastrintestinais incluem anorexia, náusea, vômito, dor abdominal espasmódica, edema abdominal, flatulência, efeito laxante, diarréia e esteatorréia. Embora a excreção de gordura fecal possa aumentar, não há qualquer evidência até o momento de que o tratamento a longo prazo com Sandostatin tenha levado à deficiência nutricional por malabsorção. Em raros casos, os efeitos colaterais gastrintestinais podem assemelhar-se à obstrução intestinal aguda, com distensão abdominal progressiva, dor epigástrica intensa, sensibilidade abdominal e contratura involuntária. A ocorrência de efeitos colaterais gastrintestinais pode ser reduzida evitando-se ingerir alimentos perto dos horários de administração de Sandostatin, ou seja, injetando-o entre as refeições ou ao deitar. Fígado: Há relatos isolados de disfunção hepática associados com a administração de Sandostatin. Eles se referem a: hepatite aguda sem colestase, onde houve normalização dos valores de transaminase à descontinuação de Sandostatin; desenvolvimento lento de hiperbilirrubinemia associada com elevação da fosfatase alcalina, gama-glutamil transferase e, em menor grau, das transaminases. Reações locais: Dor ou sensação de picada, formigamento ou queimação no local da injeção subcutânea, com vermelhidão e edema, raramente durando mais do que quinze minutos. O desconforto local pode ser reduzido permitindo-se que a solução atinja a temperatura ambiente antes da aplicação da injeção ou injetando-se um volume menor, com o uso de solução mais concentrada. Pâncreas: Por causa de sua ação inibitória sobre o hormônio do crescimento, glucagon e insulina, Sandostatin pode afetar a regulação da glicose. A tolerância pós-prandial pode ser prejudicada e, em alguns casos, pode ser induzido estado de hiperglicemia como resultado da administração crônica. Foi também observada hipoglicemia. Raramente, relatou-se queda de cabelo em pacientes em tratamento com Sandostatin. Em casos raros, relatou-se pancreatite aguda. Geralmente, esse efeito é observado dentro das primeiras horas ou dias de tratamento com Sandostatin e desaparece com a retirada do medicamento. Além disso, foi relatada pancreatite colelitíase induzida em pacientes em tratamento prolongado com Sandostatin.

Sandostatin – Posologia

Incompatibilidades: O acetato de octreotida não é estável em soluções para nutrição parenteral. Acromegalia: Inicialmente 0,05-0,1 mg por injeção subcutânea a cada 8 ou 12 horas. O ajuste posológico deve ser baseado na avaliação mensal dos níveis de GH e IGF-1 (meta: GH Sandostatin deve-se fazer avaliação de GH a cada 6 meses. Se não for obtida redução relevante dos níveis de GH e melhora dos sintomas clínicos dentro de 3 meses do início do tratamento com Sandostatin, a terapia deve ser descontinuada. Tumores endócrinos gastroenteropancreáticos: Inicialmente, 0,05 mg uma ou duas vezes ao dia por injeção subcutânea. Dependendo da resposta clínica, do efeito sobre os níveis dos hormônios produzidos pelo tumor (em casos de tumores carcinóides, da excreção urinária de ácido 5-hidroxiindol acético) e da tolerabilidade, a posologia pode ser gradualmente aumentada para 0,1-0,2 mg, três vezes ao dia. Sob circunstâncias excepcionais, doses mais altas podem ser requeridas. As doses de manutenção devem ser ajustadas individualmente. Em tumores carcinóides, a terapia deve ser descontinuada se não houver uma boa resposta dentro de 1 semana de tratamento com Sandostatin com doses máximas toleradas. Diarréia refratária relacionada à Aids: Os dados sugerem que 0,1 mg, três vezes ao dia por injeção subcutânea constitui a dose inicial ideal. Se a diarréia não for controlada após uma semana de tratamento, a dose deve ser titulada em base individual em até 0,25 mg, três vezes ao dia. O ajuste posológico deve basear-se na avaliação do débito fecal e na tolerabilidade. Se não se alcançar melhora dentro de uma semana de tratamento com Sandostatin à dose de 0,25 mg, três vezes ao dia, a terapia deve ser descontinuada. Complicações após cirurgia pancreática: A dose deve ser de 0,1 mg, três vezes ao dia, por injeção subcutânea, durante 7 dias consecutivos, a começar no dia da operação, pelo menos 1 hora antes da laparotomia. Varizes gastroesofágicas sangrantes: A dose deve ser de 25 mcg/hora, durante cinco dias, por infusão intravenosa contínua. Sandostatin pode ser usado em diluição com solução salina fisiológica. Em pacientes cirróticos com varizes gastroesofágicas sangrantes, Sandostatin tem sido bem tolerado em doses intravenosas contínuas de até 50 mcg/hora durante cinco dias. Administração subcutânea: Os pacientes que se vão auto-administrar a droga por injeção subcutânea devem receber orientações precisas do médico ou da enfermeira. Para reduzir o desconforto local, recomenda-se que a solução esteja à temperatura ambiente antes da aplicação. Devem ser evitadas aplicações múltiplas a intervalos curtos no mesmo local. As ampolas só devem ser abertas na hora da administração e qualquer sobra deve ser descartada. Infusão intravenosa: Antes da administração, verificar visualmente se o produto parenteral está límpido e livre de partículas. Sandostatin é física e quimicamente estável por 24 horas em soluções salinas fisiológicas estéreis e soluções de glicose a 5% em água. Todavia, já que Sandostatin pode afetar a homeostase da glicose, é recomendável que sejam utilizadas no lugar de soluções de dextrose (glicose), as soluções fisiológicas salinas. Soluções diluídas são física e quimicamente estáveis por no mínimo 24 horas abaixo de 25°C. Do ponto de vista microbiológico, é preferível utilizar a solução imediatamente. Se a solução não for utilizada imediatamente, ela deve ser armazenada entre 2°C-8°C. Entretanto, antes da administração, a solução deve estar à temperatura ambiente. O tempo acumulado entre a reconstituição, diluição, armazenamento na geladeira e finalmente a administração não deve ser maior que 24 horas. Em casos em que Sandostatin estiver sendo administrado por infusão intravenosa, o conteúdo de uma ampola de 0,5 mg deve ser dissolvido em 60 ml de solução fisiológica salina e deve ser infundido por meio de bomba de infusão. Isto deve ser repetido conforme a necessidade, até que a duração prescrita do tratamento seja alcançada. Sandostatin também tem sido infundido em concentrações mais baixas. Em pacientes com cirrose hepática, a meia-vida da droga pode estar aumentada, necessitando de ajuste da dose de manutenção. O prejuízo da função renal não afeta a exposição total da octreotida administrada por infusão subcutânea; conseqüentemente não é necessário o ajuste de dose.

Características farmacológicas

Farmacodinâmica
Grupo farmacoterapêutico: anti-hormônio do crescimento, código ATC H01CB02.
A octreotida é um octapeptídio sintético, derivado da somatostatina natural, com
efeitos farmacológicos similares, mas com duração de ação consideravelmente
prolongada. Inibe a secreção patologicamente aumentada do hormônio de
crescimento (GH), de peptídeos e da serotonina produzidos dentro do sistema
endócrino gastroenteropancreático (GEP).
Em animais, a octreotida é um inibidor mais potente que a somatostatina da
liberação de hormônio do crescimento, glucagon e insulina, com maior seletividade
para a supressão de GH e glucagon.
Em indivíduos sadios Sandostatin inibe:
? a liberação de hormônio do crescimento (GH) estimulada por arginina e
hipoglicemia induzida por exercício e insulina.
? a liberação pós-prandial de insulina, glucagon, gastrina e outros peptídeos do
sistema GEP e a liberação de insulina e glucagon estimulada pela arginina.
? a liberação do hormônio de estimulação da tireóide (TSH), estimulada pelo
hormônio de liberação da tirotrofina (TRH).
Ao contrário da somatostatina, a octreotida inibe a secreção de GH
preferencialmente à insulina e a administração de octreotida não é seguida por uma
reação de hipersecreção de hormônios (isto é, GH em pacientes acromegálicos).
Em pacientes acromegálicos, Sandostatin reduz os níveis plasmáticos do
hormônio de crescimento (GH) e IGF-1. A redução em mais de 50% do valor do GH
sérico ocorre em até 90% dos pacientes, e a redução do GH sérico para Sandostatin reduz
acentuadamente os sintomas clínicos da doença, tais como cefaléia, edema da pele
e tecidos moles, hiper-hidrose, artralgia e parestesia. Em pacientes com grande
adenoma hipofisário, o tratamento com Sandostatin pode resultar em alguma
diminuição da massa tumoral.
Em pacientes com tumores funcionais do sistema endócrino
gastroenteropancreático, Sandostatin, por seus diferentes efeitos endócrinos,
modifica diversas características clínicas. Ocorre melhora clínica e benefício
sintomático em pacientes que ainda apresentam sintomas relacionados aos seus
tumores, apesar das terapias anteriores, que podem incluir cirurgia, embolização da
artéria hepática e vários quimioterápicos, por exemplo, estreptozotocina e 5-
fluorouracil.
Os efeitos de Sandostatin nos diferentes tipos de tumores são os seguintes:
Tumores carcinóides – A administração de Sandostatin pode causar melhora
dos sintomas, particularmente rubor e diarréia. Em muitos casos isto se acompanha
de queda na serotonina plasmática e excreção urinária reduzida do ácido 5-
hidroxiindol acético.
VIPomas – A característica bioquímica desses tumores é a superprodução de
peptídeo intestinal vasoativo (VIP). Na maioria dos casos, a administração de
Sandostatin causa alívio da diarréia secretória grave típica da afecção, com
conseqüente melhora na qualidade de vida. Isto se acompanha de uma melhora nas
anormalidades eletrolíticas associadas, p. ex., hipocalemia, permitindo que a
suplementação enteral e parenteral de fluidos e eletrólitos seja retirada. Em alguns
pacientes, o mapeamento por tomografia computadorizada sugere retardamento ou
interrupção da progressão do tumor, ou mesmo sua diminuição, particularmente nas
metástases hepáticas. A melhora clínica é em geral acompanhada por redução nos
níveis plasmáticos de VIP, que podem reduzir-se a níveis dentro da faixa normal de
referência.
Glucagonomas – A administração de Sandostatin, na maioria dos casos, resulta
em melhora substancial do exantema migratório necrolítico, característico da
afecção. O efeito de Sandostatin sobre diabetes mellitus leve, que
freqüentemente ocorre, não é acentuado e, em geral, não reduz as necessidades de
insulina ou de agentes hipoglicemiantes orais. Sandostatin melhora a diarréia e,
portanto, o ganho de peso nos pacientes afetados. Embora a administração de
Sandostatin, com freqüência, cause redução imediata nos níveis plasmáticos de
glucagon, esse decréscimo geralmente não se mantém durante períodos
prolongados de administração, apesar da melhora sintomática mantida.
Gastrinomas/síndrome de Zollinger-Ellison – Embora inibidores da bomba de
prótons ou a terapia com agentes bloqueadores do receptor-H2 controlem a
ulceração péptica recorrente resultante da hipersecreção de ácido gástrico
estimulada pela gastrina, tal controle pode ser incompleto. A diarréia pode também
constituir sintoma proeminente não aliviado por esta terapia. Sandostatin isolado
ou em associação com inibidores da bomba de prótons ou com antagonistas do
receptor-H2 pode reduzir a hipersecreção de ácido gástrico e melhorar os sintomas,
inclusive a diarréia. Outros sintomas, possivelmente causados pela produção de
peptídeo pelo tumor, p. ex., rubor, podem também ser aliviados. Os níveis
plasmáticos de gastrina diminuem em alguns pacientes.
Insulinomas – A administração de Sandostatin produz queda na insulina
imunorreativa circulante, que pode, entretanto, ser de curta duração (cerca de 2
horas). Em pacientes com tumores operáveis, Sandostatin pode ajudar a
restaurar e manter a normoglicemia no pré-operatório. Em pacientes com
tumores malignos ou benignos inoperáveis, o controle glicêmico pode ser
melhorado, sem a redução concomitante dos níveis circulantes de insulina.
GHRHomas – Estes raros tumores são caracterizados pela produção do fator de
liberação do hormônio de crescimento (GHRH) isolada ou juntamente com outros
peptídios ativos. Sandostatin melhora as características e sintomas da
acromegalia resultante. Isso provavelmente é causado pela inibição da secreção do
GHRH e do hormônio de crescimento e pode ser seguido por uma redução no
aumento hipofisário.
Em pacientes com diarréia refratária relacionada à síndrome de imunodeficiência
adquirida (AIDS), Sandostatin controla parcial ou completamente o débito de
fezes em cerca de um terço dos pacientes com diarréia que não respondem aos
agentes antidiarréicos e/ou anti-infecciosos convencionais.
Em pacientes submetidos à cirurgia pancreática, a administração peri e pósoperatória
de Sandostatin reduz a incidência das complicações típicas pósoperatórias
(por exemplo, fístula pancreática, abscesso e sépsis subseqüente e
pancreatite aguda pós-operatória).
Em pacientes que apresentam varizes gastroesofágicas sangrantes decorrentes de
cirrose subjacente, a administração de Sandostatin, em combinação com
tratamento específico (como por exemplo, escleroterapia), está associada com
melhor controle do sangramento e ressangramento precoce, redução da
necessidade de transfusão e melhor sobrevivência no 5º dia. Enquanto o modo
preciso de ação de Sandostatin não estiver totalmente elucidado, considera-se
que Sandostatin reduza o fluxo sangüíneo esplâncnico por meio da inibição dos
hormônios vasoativos (como por exemplo, VIP e glucagon).
Farmacocinética
Absorção
Após injeção subcutânea, Sandostatin é rápido e completamente absorvido. As
concentrações plasmáticas máximas são alcançadas dentro de 30 minutos.
Distribuição
O volume de distribuição é de 0,27 L/kg e o clearance (depuração) orgânico total de
160 mL/min. A ligação protéica no plasma totaliza 65%. A quantidade de
Sandostatin ligada às células sangüíneas é insignificante.
Eliminação
A meia-vida de eliminação após administração subcutânea é de 100 min. Após
injeção i.v. a eliminação é bifásica, com meias-vidas de 10 e 90 minutos,
respectivamente. A maior parte do peptídeo é eliminado pelas fezes enquanto
aproximadamente 32% é excretado inalterado na urina.
População de pacientes especiais
Alterações da função renal não afetam a exposição total (AUC) da octreotida
administrada por injeção subcutânea. A capacidade de eliminação pode estar
reduzida em pacientes com cirrose hepática, mas não em pacientes com
degeneração gordurosa do fígado.
Dados de segurança pré-clínicos
Toxicidade Aguda
Estudos de toxicidade aguda com octreotida em camundongos revelaram valores de
DL50 de 72 mg/kg por via intravenosa e de DL50 de 470 mg/kg por via subcutânea.
Em ratos, o valor agudo da DL50 por via intravenosa foi determinado em 18 mg/kg. O
acetato de octreotida foi bem tolerado em cachorros que receberam mais que 1
mg/kg do peso corpóreo por injeção bolus intravenosa.
Toxicidade com doses repetidas
Estudos com duração de 26 semanas realizados em cães que receberam doses
acima de 0,5 mg/kg duas vezes ao dia, revelaram mudanças progressivas nas
células hipofisárias acidófilas contendo prolactina. Maiores investigações mostraram
que isto está dentro do âmbito fisiológico, aparentemente sem relação com a
administração exógena de somatostatina. Não houve alterações significantes dos
níveis plasmáticos de hormônios. Macacas Rhesus que receberam a mesma dose
de 0,5 mg/kg duas vezes ao dia por três semanas não revelaram mudanças na
hipófise e não houve alterações nos níveis plasmáticos basais do hormônio do
crescimento, prolactina ou glicose.
Enquanto o veículo ácido produziu inflamação e fibroplasia em repetidas injeções
subcutâneas em ratos, não houve evidências de que acetato de octreotida causasse
reações de hipersensibilidade tipo tardia quando injetado intradermicamente em
guinea pigs (porquinho da Índia) diluído a 0,1% em soluções salinas estéreis a 0,9%.
Mutagenicidade
A octreotida e/ou seus metabólitos foram isentos de potencial mutagênico quando
investigados in vitro em sistemas celulares e bacterianos de testes validados. Foi
observado um aumento na freqüência das aberrações em cromossomos de células
de hamster chinês V79 in vitro apenas em altas concentrações citotóxicas. Não
houve aumento de aberrações cromossômicas em linfócitos humanos incubados
com acetato de octreotida in vitro. In vivo não foi observada atividade clastogênica
na medula óssea de camundongos tratados com octreotida intravenosa (teste de
micronúcleos) e não foram obtidas evidências de genotoxicidade em camundongos
machos usando um ensaio de reparação de DNA da cabeça de espermatozóide. As
microesferas foram isentas de potencial mutagênico quando testadas em ensaios
validados in vitro com células bacterianas.
Carcinogenicidade/ toxicidade crônica:
Em ratos que receberam acetato de octreotida em doses diárias superiores a 1,25
mg/kg de peso corpóreo, foram observados fibrosarcomas, predominantemente em
animais machos, no local da injeção subcutânea após 52, 104 e 113/116 semanas.
Tumores locais também ocorreram em ratos controles, entretanto o desenvolvimento
destes tumores foi atribuído a desordens de fibroplasia produzida pelos efeitos
irritantes contínuos nos locais das injeções, agravado pelo veículo ácido
láctico/manitol. Esta reação não-específica do tecido pareceu ser particular aos
ratos. Não foram observadas lesões neoplásicas em camundongos que receberam
diariamente injeções subcutâneas de octreotida em doses superiores de 2 mg/kg por
98 semanas, nem em cachorros tratados diariamente por 52 semanas com doses
subcutâneas da droga.
O estudo de carcinogênese em ratos tratados por 116 semanas com injeções
subcutâneas de octreotida também revelaram adenocarcinomas uterinos
endometriais. Sua incidência só alcança significado estatístico em doses
subcutâneas altas de 1,25 mg/kg por dia. Este achado foi associado ao aumento da
incidência de endometrite, diminuição no número de corpos lúteos ovarianos,
redução de adenomas mamários e a presença de dilatação glandular e luminal do
útero, sugerindo um estado de desbalanço hormonal. As informações disponíveis
indicam claramente que a descoberta de tumores mediados pelo sistema endócrino
em ratos são espécie específicos e não são relevantes para o uso de drogas em
humanos.
Reprodução
Estudos sobre a fertilidade bem como estudos pré, peri e pós natal em ratos fêmeas
não revelaram efeitos adversos na performance da reprodução ou no
desenvolvimento da descendência quando doses subcutâneas acima de 1 mg/kg do
peso corpóreo foram administradas por dia. O retardo do crescimento fisiológico
observado nos cães filhotes foi transitório e atribuível a inibição de GH decorrente da
excessiva atividade farmacodinâmica.

Resultados de eficácia

Sandostatin apresenta como substância
ativa a octreotida, derivado sintético da somatostatina, que atua como inibidor da
liberação de hormônio do crescimento, glucagon e insulina.

Modo de usar

A aplicação do medicamento por injeção subcutânea
pode ser feita pelo próprio paciente, o qual nesse caso, deverá receber instruções
precisas do médico ou do enfermeiro.

Uso em idosos, crianças e em outros grupos de risco

A experiência com Sandostatin em crianças é limitada.
Não existem evidências de redução da tolerabilidade ou da necessidade de
alteração das doses em idosos tratados com Sandostatin.
Efeitos sobre a habilidade de dirigir veículos e/ou operar máquinas:
Não existem dados sobre o efeito de Sandostatin sobre a habilidade de dirigir
e/ou operar máquinas.

Armazenagem

Para armazenamento prolongado, as ampolas de
Sandostatin devem ser mantidas sob refrigeração (entre 2 a 8ºC). Proteger da
luz. Para uso diário, podem ser armazenados à temperatura ambiente (entre 15ºC e
30ºC), por até 2 semanas.

Sandostatin – Informações

A octreotida é um octapeptídio sintético, derivado da somatostatina natural, com efeitos farmacológicos similares, mas com duração de ação consideravelmente prolongada. Inibe a secreção patologicamente aumentada do hormônio de crescimento (GH), de peptídios e da serotonina produzidos dentro do sistema endócrino gastroenteropancreático (GEP). Em animais, a octreotida é um inibidor mais potente que a somatostatina da liberação de hormônio do crescimento, glucagon e insulina, com maior seletividade para a supressão de GH e glucagon. Em indivíduos sadios Sandostatin inibe: a liberação de hormônio do crescimento (GH) estimulada por arginina e hipoglicemia induzida por exercício e insulina; a liberação pós-prandial de insulina, glucagon, gastrina e outros peptídios do sistema GEP e a liberação de insulina e glucagon estimulada pela arginina; a liberação do hormônio de estimulação da tireóide (TSH) estimulada pelo hormônio de liberação da tirotrofina (TRH). Ao contrário da somatostatina, a octreotida inibe a secreção de GH preferencialmente à insulina e a administração de octreotida não é seguida por uma reação de hipersecreção de hormônios (isto é, GH em pacientes acromegálicos). Em pacientes acromegálicos, Sandostatin reduz os níveis plasmáticos do hormônio de crescimento e IGF-1. A redução do GH sérico ocorre em mais de 50% em 90% dos pacientes. Este atinge índice de redução Sandostatin reduz acentuadamente os sintomas clínicos da doença, tais como cefaléia, edema da pele e tecidos moles, hiper-hidrose, artralgia e parestesia. Em pacientes com grande adenoma pituitário, o tratamento com Sandostatin pode resultar em alguma diminuição da massa tumoral. Em pacientes com tumores funcionais do sistema endócrino gastroenteropancreático, Sandostatin, por seus diferentes efeitos endócrinos, modifica diversas características clínicas. Ocorre melhora clínica e benefício sintomático em pacientes que ainda apresentam sintomas relacionados aos seus tumores, apesar das terapias anteriores, que podem incluir cirurgia, embolização da artéria hepática e várias quimioterapias, por exemplo, estreptozotocina e 5-fluorouracil. Os efeitos de Sandostatin nos diferentes tipos de tumores são os seguintes: Tumores carcinóides: A administração de Sandostatin pode causar melhora dos sintomas, particularmente rubor e diarréia. Em muitos casos, isto se acompanha de queda na serotonina plasmática e excreção urinária reduzida do ácido 5-hidroxiindol acético. VIPomas: A característica bioquímica desses tumores é a superprodução de peptídio intestinal vasoativo (VIP). Na maioria dos casos, a administração de Sandostatin causa alívio da diarréia secretória grave típica da afecção, com conseqüente melhora na qualidade de vida. Isto se acompanha de uma melhora nas anormalidades eletrolíticas associadas, por exemplo, hipocalemia, permitindo que a suplementação enteral e parenteral de fluidos e eletrólitos seja retirada. Em alguns pacientes, o mapeamento por tomografia computadorizada sugere retardamento ou interrupção da progressão do tumor, ou mesmo sua diminuição, particularmente nas metástases hepáticas. A melhora clínica é em geral acompanhada por redução nos níveis plasmáticos de VIP, que podem reduzir-se a níveis dentro da faixa normal de referência.

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