Riscos e benefícios das intervenções para aneurismas intracranianos

Os aneurismas intracranianos são inchaços anormais dos vasos sanguíneos do cérebro. Eles podem estar presentes sem causar nenhum sintoma, mas uma pequena proporção acabará por causar sangramento, o que pode causar morte ou incapacidade grave.

As abordagens de tratamento para aneurismas intracranianos incluem manejo conservador (tratar fatores de risco, como pressão arterial), clipagem microcirúrgica (uma operação onde um grampo é colocado através do aneurisma) e enrolamento endovascular (uma pequena operação em que uma bobina é colocada dentro do aneurisma para causar para bloquear).

Cada abordagem traz diferentes riscos e benefícios potenciais e, no momento, há incertezas sobre a abordagem ideal.

Objetivos da revisão

Os autores observaram a eficácia da realização do tratamento conservador em comparação com os tratamentos intervencionistas (clipagem microcirúrgica ou enrolamento endovascular) e clipagem microcirúrgica em comparação com o enrolamento endovascular para indivíduos com aneurismas intracranianos não rotos.

No geral, eles avaliaram os riscos e benefícios das intervenções para pessoas com aneurismas intracranianos não rotos.

Características do estudo

Foram incluídos dois ensaios na revisão: um ensaio randomizado (um tipo de estudo em que os participantes são atribuídos a um de dois ou mais grupos de tratamento usando um método aleatório) publicado em 2011 com 80 participantes, que avaliou o tratamento conservador com enrolamento endovascular, e outro ensaio randomizado publicado em 2017 com 136 participantes, que avaliou o recorte microcirúrgico em comparação com a bobina endovascular para indivíduos com aneurismas intracranianos não rotos.

Critério de seleção

Ensaios clínicos aleatórios não confundidos comparando o tratamento conservador com os tratamentos intervencionistas (clipagem microcirúrgica ou enrolamento endovascular) e clipagem microcirúrgica versus enrolamento endovascular para indivíduos com aneurismas intracranianos não rotos.

Coleta e análise de dados

Dois revisores selecionaram estudos independentemente para inclusão de acordo com os critérios acima, avaliaram a qualidade dos estudos e o risco de viés, realizaram a extração de dados e aplicaram a abordagem GRADE às evidências. Foi utilizada uma estratégia de análise de intenção de tratar.

Principais resultados

A evidência limitada disponível não mostrou diferenças na doença em um ano para o tratamento conservador ou intervencionista (enrolamento endovascular ou clipagem microcirúrgica) de aneurismas intracranianos não rotos.

Qualidade da evidência

Os autores encontraram poucas evidências sobre o melhor tratamento para aneurismas intracranianos não rotos. A qualidade geral da evidência foi muito baixa devido ao pequeno número de participantes, bem como à falta de dados de resultados. Mais estudos com maior número de participantes são necessários.

Conclusão dos autores

Atualmente, não há evidências de boa qualidade suficientes para apoiar o tratamento conservador ou tratamentos intervencionistas (clipagem microcirúrgica ou enrolamento endovascular) para indivíduos com aneurismas intracranianos não rotos.

Mais estudos randomizados são necessários para estabelecer se a cirurgia é uma opção melhor do que o tratamento conservador e, se for o caso, qual abordagem cirúrgica é preferida para quais pacientes.

Estudos futuros devem incluir a consideração de características importantes, como idade do participante, sexo, tamanho do aneurisma, localização do aneurisma (circulação anterior e circulação posterior), grau de isquemia (acidente vascular cerebral principal) e duração das hospitalizações.

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O estudo original foi publicado na Cochrane Library

* “Treatments for unruptured intracranial aneurysms” – 2021

Autores do estudo: Felipe Gomes de Barros Pontes, Edina MK da Silva, Jose CC Baptista-Silva, Vladimir Vasconcelos – 10.1002/14651858.CD013312.pub2

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