Intervenções para depressão em pessoas com doença arterial coronariana

A depressão ocorre com frequência em indivíduos com doença arterial coronariana (DAC) e está associada a um mau prognóstico.

A revisão examinou ensaios clínicos em tratamentos psicológicos e drogas antidepressivas em indivíduos com doença arterial coronariana e depressão. O objetivo era determinar os efeitos desses tratamentos na depressão, mortalidade, eventos cardíacos, como outro ataque cardíaco ou cirurgia cardíaca.

Os autores identificaram 37 estudos como relevantes para a revisão. Quinze estudos investigaram tratamentos psicológicos e 21 estudos investigaram intervenções farmacológicas, incluindo medicamentos antidepressivos.

Geralmente, os tratamentos psicológicos em comparação com os controles e os medicamentos antidepressivos em comparação com o placebo (medicamento inativo) podem resultar na redução dos sintomas de depressão ao final do tratamento; no entanto, a evidência geralmente é de baixa certeza.

A evidência é muito incerta quanto ao fato de os tratamentos psicológicos comparados aos medicamentos controle e antidepressivos comparados ao placebo reduzirem a mortalidade e os eventos cardiovasculares.

Critério de seleção

Foram incluídos ensaios clínicos randomizados que investigam intervenções psicológicas e farmacológicas para depressão em adultos com DAC e depressão comórbida. Os resultados primários incluíram depressão, mortalidade e eventos cardíacos.

Os desfechos secundários foram custos e utilização de saúde, qualidade de vida relacionada à saúde, sinais vitais cardiovasculares, biomarcadores de ativação plaquetária, parâmetros de onda de eletrocardiograma, eventos adversos não cardíacos e efeitos colaterais farmacológicos.

Coleta e análise de dados

Dois revisores examinaram independentemente os documentos identificados para inclusão e extraíram os dados dos estudos incluídos. A equipe realizou meta-análises do modelo de efeitos aleatórios para computar as estimativas gerais dos resultados do tratamento.

Conclusão dos autores

Em indivíduos com DAC e depressão, há evidências de baixa certeza de que a intervenção psicológica pode resultar na redução dos sintomas de depressão ao final do tratamento. Também houve evidência de baixa certeza de que as intervenções farmacológicas podem resultar em uma grande redução dos sintomas de depressão no final do tratamento.

A evidência de certeza moderada sugere que a intervenção farmacológica provavelmente resulta em um aumento moderado a grande na remissão da depressão no final do tratamento.

Ainda faltam evidências sobre os efeitos de manutenção e a durabilidade desses achados de curto prazo. A evidência para os resultados primários e secundários, além dos sintomas de depressão no final do tratamento, ainda é esparsa devido ao baixo número de ensaios por resultado e a heterogeneidade das populações examinadas e intervenções.

Como as intervenções psicológicas e farmacológicas podem aparentemente ter um efeito grande a apenas pequeno ou nenhum efeito sobre a depressão, há uma necessidade de pesquisas com foco na extração de abordagens capazes de melhorar substancialmente a depressão em indivíduos com DAC e depressão.

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O estudo original foi publicado na Cochrane Library

“Psychological and pharmacological interventions for depression in patients with coronary artery disease” – 2021

Autores do estudo: Tully PJ, Ang SY, Lee EJL, Bendig E, Bauereiß N, Bengel J, Baumeister H – Estudo

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