Um novo estudo lança luz sobre como o câncer se espalha no sangue, as proteínas em partículas chamadas vesículas extracelulares, que são liberadas pelas células tumorais na corrente sanguínea e promovem a disseminação do câncer. Os resultados sugerem como um exame de sangue envolvendo essas vesículas pode ser usado para diagnosticar câncer no futuro, evitando a necessidade de biópsias cirúrgicas invasivas.
A pesquisa é uma análise em larga escala do que é conhecido como proteínas palmitoiladas dentro de vesículas extracelulares, de acordo com Dolores Di Vizio, autora do estudo e especialista do Centro de Ciências Biomédicas, Patologia e Medicina do Cedars-Sinai nos EUA.
As vesículas extracelulares ganharam atenção significativa na última década porque contêm proteínas e outras moléculas biologicamente importantes, cujas informações podem ser transferidas de célula para célula. Elas são conhecidas por ajudar o câncer a se metastizar em locais distantes do corpo, mas exatamente como isso acontece não está claro.
Para aprender mais sobre esse processo, a equipe de pesquisa analisou um processo chamado palmitoilação, no qual enzimas transferem moléculas lipídicas para proteínas. A palmitoilação pode afetar onde as proteínas estão localizadas nas células, suas atividades e sua contribuição para a progressão do câncer.
Os investigadores examinaram dois tipos de vesículas extracelulares, pequenas e grandes, em amostras de células cancerígenas da próstata humana. Usando centrífugas, eles separaram as vesículas extracelulares dos outros materiais celulares e analisaram os níveis de palmitoilação e os tipos de proteínas presentes.
A equipe encontrou vesículas extracelulares derivadas das células cancerígenas que continham proteínas palmitoiladas que estão associadas à disseminação do câncer. Além disso, quando a equipe suprimiu quimicamente o processo de palmitoilação, o nível de algumas dessas proteínas diminuiu nas vesículas extracelulares.
“Nossos resultados sugerem que a palmitoilação de proteínas pode estar envolvida no empacotamento seletivo de proteínas para diferentes populações de vesículas extracelulares no corpo. Esse achado aumenta a possibilidade de que, ao examinar essas proteínas em vesículas extracelulares na corrente sanguínea, possamos detectar e caracterizar o câncer em um paciente no futuro sem realizar uma biópsia cirúrgica”, disse a Dra Di Vizio.
Di Vizio disse que o próximo passo da pesquisa é realizar um estudo em colaboração com seus colegas da Cedars-Sinai e parceiros da indústria que usarão tecnologias avançadas, incluindo espectrometria de massa e citometria de fluxo, com o objetivo de identificar câncer de próstata clinicamente significativo no diagnóstico.
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O estudo completo foi no periódico médico científico Journal of Extracelular Vesicles.
* “Comprehensive palmitoyl-proteomic analysis identifies distinct protein signatures for large and small cancer-derived extracellular vesicles” – 2020.
Autores do estudo: Javier Mariscal, Tatyana Vagner, Minhyung Kim, Bo Zhou, Andrew Chin, Mandana Zandian, Michael R. Freeman, Sungyong You, Andries Zijlstra , Wei Yang, Dolores Di Vizio – 10.1080/20013078.2020.1764192
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