Pesquisa: estatinas podem reduzir o risco de câncer de ovário!

De acordo com uma nova pesquisa financiada pela Cancer Research UK, na Inglaterra, evidências que sugerem que mulheres que tomam estatinas a longo prazo podem ter menos chances de desenvolver câncer de ovário. O mesmo resultado também foi encontrado em mulheres portadoras da falha do gene BRCA 1/2, que coloca as mulheres em maior risco de câncer do que a população em geral.

Um avanço para diminuir os riscos de câncer de ovário

A pesquisa estudou os genes e até que ponto eles inibem a enzima HMG-CoA redutase – responsável pela regulação do colesterol no corpo – e é a enzima exata direcionada pelos estatinas para reduzir o colesterol. Embora o estudo sugira que as estatinas podem reduzir o risco de câncer de ovário, mais pesquisas precisam ser feitas, visando especificamente seu uso e impacto no risco das mulheres de desenvolver a doença.

Os pesquisadores da Universidade de Bristol analisaram 63.347 mulheres com idades entre 20 e 100 anos, das quais 22.406 tinham câncer de ovário. Eles também analisaram outras 31.448 mulheres que apresentavam a falha do BRCA 1/2, das quais 3.887 tinham câncer. O estudo usou uma abordagem chamada randomização mendeliana, que envolve a análise de dados genéticos de milhares de pessoas.

As estatinas podem proteger contra o desenvolvimento de câncer de ovário porque foram mostradas para induzir apoptose – uma das maneiras do organismo de se livrar de células velhas, defeituosas ou infectadas – e para impedir que tumores cresçam em estudos de laboratório. Outra linha de pensamento é que as estatinas diminuem o colesterol circulante, o que ajuda a regular o crescimento celular, embora esta pesquisa sugira que o colesterol circulante mais baixo não foi o método pelo qual as estatinas podem reduzir o risco de câncer.

As descobertas sugerem que o uso prolongado de estatinas pode estar associado a uma redução estimada de 40% no risco de câncer de ovário na população em geral, embora a estimativa venha de olhar para a variação genética em vez das próprias estatinas, e o mecanismo exato pelo qual esses genes são associado ao menor risco de câncer de ovário não é claro.

O câncer de ovário é o sexto câncer mais comum em mulheres no Reino Unido. Há cerca de 7.400 casos a cada ano e, daqueles com um estágio conhecido no diagnóstico, quase 6 em 10 são diagnosticados em um estágio tardio. Cerca de 4.100 mulheres morrem da doença todos os anos no Reino Unido.

Não existe um teste que identifique o câncer de ovário de maneira confiável em um estágio inicial; portanto, a quimioprevenção pode ser uma abordagem importante para salvar vidas.

“Nossas descobertas abrem a possibilidade de reaproveitar um medicamento barato para ajudar a prevenir o câncer de ovário – especialmente em mulheres com maior risco. É incrivelmente interessante que mulheres cujo corpo iniba naturalmente A enzima visada pelas estatinas tem um risco menor de câncer de ovário, mas não recomendamos que ninguém apresse a tomar estatinas especificamente para reduzir o risco de câncer de ovário por causa deste estudo. É um resultado promissor e espero que desencadeie mais pesquisas e ensaios sobre estatinas para demonstrar conclusivamente se há ou não um benefício”, disse o professor Richard Martin, da Universidade de Bristol.

O Dr. Rachel Orritt, gerente de informações de saúde da Cancer Research UK, disse: “Este estudo é um ótimo primeiro passo para descobrir se as estatinas podem desempenhar um papel na redução do risco de câncer de ovário e justificam futuras pesquisas nessa área. Mas ainda não há evidências suficientes para saber se as estatinas podem reduzir o risco de desenvolver câncer de ovário com segurança. E é importante lembrar que o risco de desenvolver câncer depende de muitas coisas, incluindo idade, genética e fatores ambientais”.

 

________________________

A pesquisa e seus resultados foram publicados na revista médica científica JAMA Network.

* “Association Between Genetically Proxied Inhibition of HMG-CoA Reductase and Epithelial Ovarian Cancer” – 2020.

Autores da Pesquisa: James Yarmolinsky, Caroline J. Bull, Emma E. Vincent, Jamie Robinson, Axel Walther, George Davey Smith, Sarah J. Lewis, Caroline L. Relton, Richard M. Martin – 10.1001 / jama.2020.0150

4Medic

As informações publicadas no site são elaboradas por redatores terceirizados não profissionais da saúde. Este site se compromete a publicar informações de fontes segura. Todos os artigos são baseados em artigos científicos, devidamente embasados.