Bula do medicamento Ziagenavir Solucao
Ziagenavir Solucao – Bula do remédio
Ziagenavir Solucao com posologia, indicações, efeitos colaterais, interações e outras informações. Todas as informações contidas na bula de Ziagenavir Solucao têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes com Ziagenavir Solucao devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.
Aviso importante
Todas as bulas constantes em nosso portal são meramente informativas. Em caso de dúvidas quanto ao conteúdo de algum medicamento, procure orientação de seu médico ou farmacêutico.
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Laboratório
Gsk
Apresentação de Ziagenavir Solucao
Ziagenavir é apresentado na forma de solução oral, contendo 20 mg/mL de abacavir (como sulfato de abacavir), acondicionado em frasco contendo 240 mL, acompanhado de medida dosadora.
Ziagenavir Solucao – Indicações
Ziagenavir é indicado na terapêutica anti-retroviral combinada, para o tratamento da infecção pelo
Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), em adultos e crianças.
Contra-indicações de Ziagenavir Solucao
O uso de Ziagenavir é contra-indicado para pacientes com hipersensibilidade conhecida ao
abacavir ou a qualquer componente da fórmula e para pacientes com insuficiência hepática grave ou
moderada.
Advertências
Hipersensibilidade (ver também Reações Adversas)
Em estudos clínicos, aproximadamente 5% dos pacientes tratados com Ziagenavir desenvolvem
uma reação de hipersensibilidade que, em casos raros, pode ser fatal.
? Fatores de Risco
Estudos têm mostrado que a presença do alelo HLA B*5701 está associada a um risco
significativamente maior de reação de hipersensibilidade ao abacavir. No estudo prospectivo
CNA106030 (PREDICT-1), a pesquisa da presença do alelo HLAB*5701 pré-terapia e
subseqüentemente a proibição de abacavir em pacientes com este alelo, reduziu a incidência de
reações de hipersensibilidade ao abacavir clinicamente suspeitas de 7,8% (66 de 847) para 3,4% (27
de 803) (p
Uso na gravidez de Ziagenavir Solucao
A segurança do uso de Ziagenavir durante a gravidez não foi estabelecida. O abacavir tem sido
associado a achados de estudos reprodutivos em animais (ver Dados de segurança pré-clínica).
Portanto, a administração de Ziagenavir na gravidez deve ser considerada somente se o benefício
para a mãe for maior que o risco para o feto.
Foram relatadas elevações transitórias leves nos níveis séricos de lactato, que podem ser causadas
por disfunção mitocondrial, em recém-nascidos e bebês expostos in utero ou no periparto a NRTIs.
A relevância clínica destas elevações é desconhecida. Também foram relatados casos muito raros de
atraso no desenvolvimento, convulsões e outras doenças neurológicas. No entanto, uma relação
causal entre esses eventos e a exposição a NRTIs in utero ou no periparto não foi estabelecida.
Esses achados não afetam as atuais recomendações para uso de tratamento anti-retroviral em
mulheres grávidas para prevenir a transmissão vertical do HIV.
Em ratas, observou-se que o abacavir e seus metabólitos são excretados no leite. Supõe-se que eles
também sejam secretados no leite humano, embora esta hipótese não tenha sido confirmada. Não
existem dados disponíveis sobre a segurança do abacavir quando administrado em bebês com
menos de três meses de idade. Alguns especialistas recomendam que a mulher infectada com o HIV
não amamente, sob qualquer circunstância, a fim de evitar a transmissão do vírus. Portanto, é
recomendável que mães em tratamento com Ziagenavir não amamentem seus filhos.
Interações medicamentosas de Ziagenavir Solucao
O abacavir possui um baixo potencial para interações medicamentosas, considerando os resultados
dos estudos in vitro e suas principais vias metabólicas. O abacavir não demonstrou potencial para
inibir o metabolismo mediado pela enzima 3A4 do citocromo P450. Nos estudos in vitro, o abacavir
também demonstrou não interagir com as drogas metabolizadas pelas enzimas CYP3A4, CYP2C9
ou CYP2D6.
Não se observou indução do metabolismo hepático nos estudos clínicos. Portanto, é baixo o
potencial para interações medicamentosas com anti-retrovirais inibidores da protease e outras
substâncias metabolizadas pelas principais enzimas do sistema P450. Estudos clínicos demonstram
que não há interações clinicamente significativas entre o abacavir, a zidovudina e a lamivudina.
Etanol: o metabolismo do abacavir é alterado pelo uso concomitante de etanol, resultando em um
aumento na AUC do abacavir em aproximadamente 41%. Dado o padrão de segurança do abacavir,
estes achados não são clinicamente significativos. O abacavir não altera o metabolismo do etanol.
Metadona: em um estudo de farmacocinética, a administração concomitante de 600 mg de
abacavir, duas vezes ao dia com metadona, mostrou uma redução de 35% na Cmáx do abacavir e um
atraso do tmáx em uma hora, porém a AUC do abacavir não foi afetada. Estas alterações na
farmacocinética do abacavir não são clinicamente significativas. Neste estudo, o abacavir aumentou
o clearance sistêmico médio da metadona em aproximadamente 22%. Esta alteração não é
clinicamente relevante para a maioria dos pacientes, porém o ajuste da dosagem da metadona pode
ser ocasionalmente necessário.
Retinóides: compostos retinóicos, como a isotretinoína, são eliminados através da álcool
desidrogenase. A interação com o abacavir é possível, porém não foi estudada.
Reações adversas / Efeitos colaterais de Ziagenavir Solucao
Reação de Hipersensibilidade (ver também Precauções e Advertências)
Nos estudos clínicos, aproximadamente 5% dos pacientes tratados com Ziagenavir desenvolveram
uma reação de hipersensibilidade, que em casos raros pode ser fatal. Esta reação é caracterizada
pelo aparecimento de sintomas indicando o envolvimento de diversos órgãos.
Quase todos os pacientes que desenvolvem reação de hipersensibilidade apresentarão febre e/ou
erupção cutânea (normalmente maculopapular ou urticariforme) como parte da síndrome;
entretanto, as reações podem ocorrer sem erupção cutânea ou febre.
Os sintomas podem ocorrer a qualquer momento, mas geralmente aparecem nas primeiras seis
semanas de tratamento com o Ziagenavir (o tempo médio para o início é de 11 dias).
Os sinais e sintomas desta reação de hipersensibilidade são listados abaixo. Aqueles relatados em
pelo menos 10% dos pacientes com reação de hipersensibilidade estão sublinhados.
Pele: erupção cutânea (normalmente maculopapular ou urticariforme).
Trato gastrintestinal: náusea, vômitos, diarréia, dor abdominal ou úlceras orais.
Trato respiratório: dispnéia, tosse, dor de garganta, síndrome de angústia respiratória em
adultos ou falência respiratória.
Diversos: febre, fadiga, mal-estar, edema, linfadenopatia, hipotensão, conjuntivite
ou anafilaxia.
Neurológico/
Psiquiátrico:
cefaléia ou parestesia.
Hematológico: linfopenia.
Fígado/ Pâncreas: provas de função hepática elevadas ou insuficiência hepática.
Músculo-esquelético: mialgia, raramente miólise, artralgia ou creatinofosfoquinase elevada.
Urológico: creatinina elevada ou insuficiência renal.
Alguns pacientes com reação de hipersensibilidade foram diagnosticados inicialmente como
portadores de doenças respiratórias (pneumonia, bronquite, faringite), síndrome gripal,
gastroenterite ou reações a outros medicamentos. O diagnóstico tardio de hipersensibilidade levou à
continuação do uso de Ziagenavir ou à sua reintrodução, resultando em reações de
hipersensibilidade mais graves e até mesmo morte. Portanto, o diagnóstico de reação de
hipersensibilidade deve ser cuidadosamente considerado para pacientes apresentando sintomas
característicos destas doenças. Se a reação de hipersensibilidade não puder ser afastada, o
Ziagenavir ou outro medicamento contendo abacavir não deve ser reiniciado.
Os sintomas relacionados a esta reação de hipersensibilidade agravam-se com a continuação do
tratamento e geralmente solucionam-se com a interrupção do Ziagenavir.
A reintrodução do tratamento com Ziagenavir após a ocorrência de uma reação de
hipersensibilidade resulta no reaparecimento dos sintomas da reação dentro de algumas horas. Esta
recorrência da reação de hipersensibilidade poderá ser mais intensa que a reação inicial e
poderá desencadear hipotensão potencialmente fatal e morte. Os pacientes que desenvolvem
esta reação de hipersensibilidade devem interromper o tratamento com Ziagenavir e não
deverão receber Ziagenavir ou outro medicamento que contenha abacavir novamente.
Há relatos pouco freqüentes de reação de hipersensibilidade após reintrodução de Ziagenavir,
quando a interrupção foi precedida por um único sintoma de hipersensibilidade (por exemplo
erupção cutânea, mal-estar /fadiga, febre, sintomas gastrintestinais ou sintomas respiratórios).
Foram relatados, muito raramente, casos de reação de hipersensibilidade em pacientes que
reiniciaram a terapia com Ziagenavir e que não tinham quaisquer sintomas prévios de reação de
hipersensibilidade.
Não está claro se muitos dos outros eventos adversos relatados estão relacionados ao uso de
Ziagenavir, à ampla gama de medicamentos utilizados no tratamento de controle da infecção por
HIV ou à própria doença.
Muitos dos eventos relacionados abaixo (náuseas, vômito, diarréia, febre, fadiga ou erupção
cutânea) normalmente ocorrem como parte da reação de hipersensibilidade ao abacavir. Assim,
pacientes que apresentarem algum desses sintomas devem ser cuidadosamente avaliados para a
reação de hipersensibilidade. Caso o Ziagenavir tenha sido descontinuado em pacientes que
apresentaram algum desses sintomas e se decida introduzir novamente seu uso, isto somente deverá
ser feito sob supervisão médica direta (ver Precauções e Advertências ? Considerações especiais
após interrupção do tratamento com Ziagenavir).
A maioria das reações adversas listadas abaixo não foi limitante para o tratamento. A seguinte
convenção foi usada como forma de classificação: muito comum (>1/10); comum (>1/100, 1/1.000, 1/10.000,
Ziagenavir Solucao – Posologia
Adultos e adolescentes maiores de 12 anos: a dose recomendada de Ziagenavir é de 300 mg (15
mL), duas vezes ao dia.
Crianças com idade entre 3 meses e 12 anos: a dose recomendada de Ziagenavir é de 8 mg/kg,
duas vezes ao dia, até a dose máxima de 600 mg (30 mL) ao dia.
Crianças com menos de 3 meses de idade: não existem dados disponíveis sobre o uso de
Ziagenavir em pacientes nesta faixa etária (ver Propriedades farmacocinéticas).
Ziagenavir pode ser ingerido com ou sem alimentos.
Ziagenavir está disponível nas formulações comprimido e solução oral. A terapia deve ser
iniciada por um médico com experiência no tratamento de infecções por HIV.
Pacientes com insuficiência renal: não há necessidade de ajuste de dose (ver Propriedades
farmacocinéticas).
Pacientes com insuficiência hepática: o abacavir é metabolizado primariamente pelo fígado. A
dose recomendada de Ziagenavir a pacientes com insuficiência hepática leve (Child-Pugh escore
de 5-6) é de 200 mg (10 mL), duas vezes ao dia. Ziagenavir é contra-indicado para pacientes com
insuficiência hepática moderada ou grave, uma vez que não existem estudos de farmacocinética
para esse grupo (ver Propriedades farmacocinéticas).
Pacientes idosos: a farmacocinética do abacavir não foi estudada em pacientes acima de 65 anos de
idade. No tratamento de pacientes idosos, deve-se considerar a maior ocorrência de funções
hepática, renal e cardíaca reduzidas, bem como doenças concomitantes e outros tratamentos
medicamentosos.
Superdosagem
Nos estudos clínicos, os pacientes receberam doses únicas de até 1200 mg e doses diárias de até
1800 mg de abacavir. Não foram relatadas reações adversas inesperadas.
Os efeitos de doses maiores são desconhecidos. Se ocorrer superdosagem, o paciente deve ser
monitorado para detectar toxicidade (ver Reações Adversas) e deve ser aplicado tratamento padrão
de suporte, quando necessário. Não se sabe se o abacavir pode ser removido por diálise peritoneal
ou por hemodiálise.
Ziagenavir Solucao – Informações
Grupo farmacoterapêutico análogo de nucleosídeo.
Mecanismo de Ação
O abacavir é um análogo de nucleosídeo inibidor da transcriptase reversa. É um agente antiviral
seletivo para os vírus HIV-1 e HIV-2, incluindo isolados de HIV-1 resistentes à lamivudina,
zidovudina, zalcitabina, didanosina ou nevirapina. O abacavir é metabolizado no meio intracelular
em carbovir 5-trifosfato (TP).
Estudos in vitro demonstraram que o mecanismo de ação consiste na inibição da enzima
transcriptase reversa do HIV, o que resulta na finalização da cadeia de ácido nucléico e interrupção
do ciclo de replicação viral. O abacavir demonstrou sinergismo, in vitro, quando em associação com
a nevirapina e zidovudina, e demonstrou ser sinérgico em combinação com didanosina, zalcitabina,
lamivudina e estavudina.
Em um estudo com 20 pacientes infectados com HIV recebendo Ziagenavir 300 mg duas vezes ao
dia, com apenas uma dose de 300 mg administrada antes do período de 24 horas de amostragem, a
média geométrica terminal da meia-vida de carbovir-TP intracelular no estado de equilíbrio foi de
20,6 horas. As propriedades farmacocinéticas do estado de equilíbrio de Ziagenavir 600 mg uma
vez por dia foram comparadas a Ziagenavir 300 mg duas vezes por dia em um estudo cruzado em
27 pacientes infectados por HIV. Exposições intracelulares a trifosfato de carbovir em células
mononucleares do sangue periférico foram mais altas para Ziagenavir 600 mg uma vez por dia
em relação a AUC 24,ss (32 %, mais alta), Cmáx 24,ss (99% mais alta) e por meio de valores (18%
mais altos), comparados ao regime de 300 mg duas vezes por dia. Esses dados apóiam o uso de
Ziagenavir 600 mg uma vez ao dia para o tratamento de pacientes infectados pelo HIV.
Adicionalmente, a eficácia e segurança de Ziagenavir administrado uma vez ao dia foi
demonstrada em estudo clínico.
Isolados de HIV-1 resistentes ao abacavir foram selecionados in vitro e estão associados a
alterações genotípicas específicas nos códons da transcriptase reversa (TR) (códons M184V, K65R,
L74V e Y115F). A resistência ao abacavir desenvolve-se de modo relativamente lento, in vitro e in vivo, exigindo mutações múltiplas para atingir um aumento de 8 vezes na Cl50 sobre o vírus
selvagem, o que pode ser um nível clinicamente relevante. Isolados virais resistentes ao abacavir
também podem demonstrar sensibilidade reduzida a lamivudina, zalcitabina e/ou didanosina, mas
permanecem sensíveis à zidovudina e estavudina. Não é provável a ocorrência de resistência
cruzada entre o abacavir e os inibidores da protease, ou os inibidores da transcriptase reversa não
nucleosídeos. O fracasso no tratamento após terapia inicial com abacavir, lamivudina, e zidovudina
está principalmente associado ao M184V isoladamente, mantendo-se, portanto, muitas outras
opções terapêuticas para um esquema terapêutico de segunda linha.
O abacavir penetra no líquor (ver Propriedades farmacocinéticas) e os estudos evidenciam sua
capacidade de reduzir os níveis de RNA do HIV-1 no líquor. O abacavir pode desempenhar um
papel na prevenção das complicações neurológicas relacionadas à infecção pelo HIV e pode retardar
o desenvolvimento da resistência nesse local quando associado a outros anti-retrovirais.
Experiência clínica
Em estudos clínicos, o tratamento com abacavir em associação com a zidovudina e a lamivudina
levou a reduções duradouras e significativas na carga viral, com aumentos correspondentes na
contagem de células CD4, tanto em adultos como em crianças.
Num estudo clínico duplo-cego de 48 semanas, em pacientes adultos sem tratamento prévio, a
combinação de abacavir, lamivudina e zidovudina mostrou um efeito antiviral equivalente à
combinação de indinavir, lamivudina e zidovudina na análise primária de eficácia. Numa análise
secundária em pacientes com níveis plasmáticos basais de RNA do HIV-1 acima de 100.000
cópias/mL, os pacientes recebendo a combinação contendo indinavir apresentaram uma resposta
superior. Pacientes com RNA do HIV-1 abaixo de 100.000 cópias/mL apresentaram respostas
equivalentes em ambos os tratamentos.
Num estudo comparando combinações NRTI não cegas (com ou sem nelfinavir cego) em crianças,
uma porção significativamente maior tratada com abacavir e lamivudina (73%) ou abacavir e
zidovudina (70%) apresentou níveis de RNA do HIV-1