Bula do medicamento Enfluran


Enfluran – Bula do remédio

Enfluran com posologia, indicações, efeitos colaterais, interações e outras informações. Todas as informações contidas na bula de Enfluran têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes com Enfluran devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.

Aviso importante

Todas as bulas constantes em nosso portal são meramente informativas. Em caso de dúvidas quanto ao conteúdo de algum medicamento, procure orientação de seu médico ou farmacêutico.

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Laboratório

Cristália

Apresentação de Enfluran

fr. c/ 100 ml, 125 ml e c/ 240 ml.

Enfluran – Indicações

O Enfluran é indicado na indução de anestesia geral em adultos e crianças. O produto pode ser usado em anestesias gerais, em obstetrícia. Pode ser utilizado como analgésico em partos vaginais. Frequentemente se empregam outros medicamentos para indução ou suplementação anestésica
USO CLÍNICO:
PRÉ-MEDICAÇÃO:
O pré-anestésico deve ser escolhido de acordo com as necessidades individuais de cada paciente, não esquecendo de que o Enfluran produz um discreto estímulo das secreções, sem alterar o ritmo cardíaco que permanece constante. O emprego de anticolinérgicos fica a critério do anestesiologista.
INDUÇÃO:
A indução pode ser obtida com Enfluran, administrado em fluxo de oxigênio puro ou através de mistura de O2/N2.
Recomenda-se que seja iniciada com Enfluran em concentração de 0,5%, aumentando-se gradativamente, após algumas inspirações, com incrementos de 0,5% até atingir-se o nível de anestesia cirúrgica.
A concentração mais elevada não deve ultrapassar 4%.
Como alternativa, pode-se recorrer a uma dose hipnótica de barbitúrico de ação curta, para obter estado de inconsciência e prosseguir normalmente a anestesia inalatória.
OBSTETRÍCIA:
O Enfluran pode ser usado de 0,25% a 1,0% para dar analgesia durante o trabalho de parto, tendo efeito semelhante ao produzido por 30% a 60% de N2O.
MANUTENÇÃO:
Os níveis cirúrgicos de anestesia podem ser mantidos com concentrações de 0,5% a 2% de Enfluran, com as quais se obtém relaxamento muscular adequado para cirurgia intra-abdominal.
Caso haja necessidade de um efeito mais acentuado nesse sentido, pode-se administrar doses suplementares de miorrelaxantes.
É preferível ventilar o suficiente para manter a tensão de CO2 arterial em torno de 35 a 45 mm Hg do que recorrer a uma hipo ou hiperventilação. Desse modo reduz-se ao mínimo a possibilidade de uma eventual excitação do SNC. Salvo em casos de complicações, a tensão arterial durante a manutenção é inversamente proporcional à concentração de Enfluran. Por conseguinte, uma queda acentuada das cifras tensionais pode ser devida a um aprofundamento excessivo do nível de anestesia, a menos que seja atribuível a hipovolemia.
Em tais casos, é prudente reduzir a concentração do anestésico.
RECUPERAÇÃO:
A administração de Enfluran pode ser reduzida a 0,5% ao aproximar-se o final do ato cirúrgico ou interrompida por ocasião da sutura da pele. Ao interromper-se a administração do agente anestésico, convém ventilar o aparelho respiratório do paciente com oxigênio puro, várias vezes, até sua completa recuperação.

Contra-indicações de Enfluran

História ou suspeita de hipertermia maligna contra-indica o uso do Enflurano. A relação risco- benefício deve ser avaliada nas seguintes situações clínicas: pneumotórax, pneumoencefalografia, embolia gasosa, disfunção hepática, icterícia ou lesão hepática aguda após exposição a anestésicos gerais, arritmias cardíacas, diabetes não controladas, disfunção renal, toxemia gravídica, hipertensão intracraniana, miastenia grave e feocromocitoma.

Advertências

O Enflurano, como todos os anestésicos inalatórios, produz alterações nos traçados eletroencefalográficos.

Quando a anestesia com Enflurano é aprofundada além dos limites recomendados, pode ocorrer no EEG um traçado caracterizado por alta voltagem e alta frequência, que progride através de complexos de espículas-ondas, intercaladas por período de silêncio elétrico. Às vezes, tal quadro acompanha-se de atividade motora, a qual quando ocorre, assume a forma de concentrações súbitas de diversos grupos musculares, que costumam desaparecer espontaneamente ou pela redução da concentração do anestésico. Em registro eletroencefalográfico, observado em níveis profundos de anestesia, intensifica-se pela hiperventilação e consequente diminuição da tensão parcial de CO2. Seu aparecimento constitui uma advertência de que a profundidade da anestesia é excessiva.

Ao reajustar-se o procedimento anestésico pela redução da concentração e/ou do ritmo da respiração assistida, a atividade motora desaparece.

A cessação imediata pode ser obtida, administrando-se pequena dose de relaxante muscular. Estudos da irrigação sanguínea cerebral e do metabolismo, efetuados em voluntários normais, durante as alterações eletroencefalográficas não revelam evidência de hipóxia cerebral e a recuperação foi isenta de complicações.

Reitera-se a advertência de que Enflurano intensifica os efeitos dos relaxantes musculares não despolarizantes e que, por conseguinte, as doses habitualmente empregadas devem ser reduzidas aproximadamente à metade. O Enflurano deve ser usado com precaução em pacientes que, por uso de drogas ou história clínica, demonstrem ser sensíveis à estimulação cortical produzida por essa droga.

Como os níveis de anestesia frequentemente se alteram com rapidez e facilidade, recomenda-se o uso exclusivo de vaporizadores que proporcionem concentrações previsíveis, com precisão adequada.

Observou-se em alguns casos uma discreta elevação dos níveis séricos de glicose, fato que deve ser levado em consideração em se tratando de pacientes diabéticos.

Entretanto, o moderado aumento de glicemia, que pode ocorrer durante a anestesia com Enflurano retorna a níveis normais no período pós-operatório imediato.

Disfunção hepática, icterícia e necrose hepática fatal têm sido relatadas após anestesia com anestésicos halogenados. Tais reações parecem representar uma reação de sensibilidade aos anestésicos. Cirrose ou outras anormalidades envolvendo disfunção hepática podem ser a base para selecionar um outro anestésico que não agente halogenado.

Interações medicamentosas de Enfluran

A ingestão crônica de álcool pode aumentar as necessidades de Enflurano na anestesia.

Aminoglicosídeos, lincomicina, polimixina e bloqueadores neuromusculares não despolarizantes podem produzir bloqueio neuromuscular aditivo se usado com Enflurano.

A importância clínica deste fato é mínima, se o paciente estiver ventilado mecanicamente mas, ainda assim, a dose deve ser ajustada e instituído tratamento anticolinesterásico ou sais de cálcio, se necessário. Não se recomendam os sais de cálcio, se houve administração de tubocurarina, já que estes em vez de reverter os efeitos, podem potencializá-los. A amiodarona e anti-hipertensivos potencializam a hipotensão causada pelo Enflurano.

Betabloqueadores, inclusive os de uso oftálmico, poderão causar hipotensão severa e prolongada, se usados simultaneamente com Enflurano, reduzindo ainda a capacidade de resposta aos estímulos simpáticos betaadrenérgicos.

Caso seja necessário reverter os efeitos dos betabloqueadores, pode-se usar agonistas adrenérgicos como dopamina, isoprenalina ou norepinefrina, mas com extrema cautela.

A levodopa aumenta a concentração endógena de dopamina e deve ser suspensa de 6 a 8 horas antes da anestesia. A metildopa pode diminuir as necessidades do anestésico.

Medicamentos nefrotóxicos podem aumentar os riscos de nefrotoxicidade severa, não se recomendando o uso simultâneo ou sequencial ao Enflurano.

A resposta uterina aos ocitócicos sofre uma redução que é dose dependente do Enflurano (concentrações maiores que 1,5%), podendo ocorrer hemorragias. O uso simultâneo com suxametônio pode aumentar os riscos de hipertermia maligna e bradicardia enquanto que as xantinas aumentam os riscos de arritmias cardíacas.

A administração simultânea com óxido nitroso, reduz os requerimentos deste e por isso pode atenuar, de certa forma, seus efeitos cardiovasculares.

Reações adversas / Efeitos colaterais de Enfluran

O Enflurano é um depressor do SNC e portanto, pode produzir sintomas característicos como depressão respiratória e circulatória, principalmente com doses elevadas.
Contrações musculares, hepatoxicidade, hipóxia e crise de hipertermia maligna podem ocorrer.
Excitação paradoxal do SNC pode surgir com alucinações, ansiedade e nervosismo. Apesar de raras, podem surgir arritmias cardíacas, náuseas e vômitos.

Enfluran – Posologia

Para a indução da anestesia em pacientes adultos pode ser usada uma concentração de 0,5%, administrada em fluxo de oxigênio puro ou através de O2/ N2O, aumentando-se gradativamente, após algumas inspirações, com incrementos de 0,5% até atingir-se o nível de anestesia cirúrgica. A concentração mais elevada não deve ultrapassar 4%.
Para a manutenção, os níveis podem ser mantidos com concentrações de 0,5% a 2% de Enfluran, com as quais obtém-se relaxamento muscular adequado para a cirurgia intra-abdominal.
Em obstetrícia, o Enfluran pode ser usado de 0,25% a 1% para dar analgesia durante o trabalho de parto, tendo efeito semelhante ao produzido por 30% a 60% de N2O.
Na recuperação, a administração do Enfluran pode ser reduzida a 0,5% ao aproximar-se o final do ato cirúrgico ou por ocasião da sutura da pele. Ao interromper-se a administração do agente anestésico, convém ventilar o aparelho respiratório do paciente com oxigênio puro, várias vezes até sua completa recuperação.

Superdosagem

No caso de superdosagem ou quando a situação parecer superdosagem, deve-se interromper imediatamente a aplicação do produto e promover a ventilação assistida ou controlada com oxigênio puro.

Enfluran – Informações

O Enflurano é um anestésico geral que proporciona indução e recuperações rápidas e suaves; determina em estímulo mínimo ou nulo das secreções salivares e bronquiais.
Os reflexos faringeanos e laríngeos são prontamente abolidos, permitindo fácil intubação traqueal.
Da mesma forma que ocorre com outros agentes inalatórios, o volume respiratório diminui à medida que se aprofunda a anestesia. Não obstante, ao contrário de outros anestésicos congêneres, favorece a reação do suspiro e permite manter frequência respiratória constante ou discretamente diminuída. Durante a indução ocorre ligeiro declínio da pressão sanguínea, a qual retorna aos valores aproximados da normalidade, sob o estímulo cirúrgico.
O aprofundamento da anestesia produz diminuição correspondente das cifras tensionais. A frequência cardíaca mantém-se constante, sem evidência significativa da bradicardia. O controle eletrocardiográfico demonstra que o ritmo cardíaco permanece estável e que não é afetado pela elevação de tensão de CO2 arterial.
Estudos em seres humanos mostraram que a injeção de adrenalina (epinefrina) pode ser administrada com segurança em concentração máxima de 1:100.000, em quantidade de 10 ml em cada 10 minutos e não mais de 30 ml por hora.
O Enflurano não modifica a coagulação do sangue nem altera o hemograma. Não ocorrem variações no volume sanguíneo e não há efeito significativo sobre a bioquímica do sangue. O relaxamento muscular proporcionado pelo Enflurano, é considerado excelente e adequado a prática de muitos tipos de cirurgia, incluindo cirurgias intra-abdominais, mas em caso de necessidade de maior grau de relaxamento, pode-se administrar pequenas doses adicionais de miorrelaxantes.
Todos os relaxantes musculares comumente empregados são compatíveis ao Enflurano. Todavia, os do tipo não despolarizante são acentuadamente potencializados por Enflurano e por essa razão, suas doses habituais devem ser reduzidos à metade.
A neostigmina não inverte o efeito miorrelaxante produzido pelo Enflurano.
Demonstrou-se que o Enflurano é metabolizado pelo organismo humano, em grau muito menor do que outros agentes halogenados e a dosagem dos fluoretos urinários indica que sua degradação metabólica é da ordem de apenas 10 a 25% da sofrida pelos citados agentes.
Tal fato tem sido atribuído à grande estabilidade química da molécula do Enflurano e ao seu coeficiente de distribuição sangue/gás, relativamente baixo na ordem de 1,91 a 37 graus Celsius.
No uso em obstetrícia, com concentrações entre 0,25 a 1,0%, as perdas sanguíneas são comparáveis aos outros anestésicos. Essas concentrações dão aos recém-nascidos índices de Apgar normais.
Os testes neuro-comportamentais feitos nas primeiras 24 horas de vida do recém-nascido não mostraram alterações.
As doses de Enflurano até 1% não deprimem as forças uterinas durante o trabalho de parto e nem durante a expulsão fetal; doses de 1 a 2% diminuem essas forças e doses de 2 a 3% podem até aboli-las.
O Enflurano desloca a curva de resposta do miométrio aos ocitócicos; assim sendo, doses entre 1,5 a 3% de Enflurano podem diminuir ou até abolir a resposta.
Assim sendo, a perda sanguínea poderá ser maior que a habitual.
Esses fatos não ocorrem dentro das doses recomendadas de 0,25% a 1%.

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