Eficácia de medicamentos para tratar a depressão psicótica

A depressão psicótica é uma depressão grave com características psicóticas (ou seja, delírios e/ou alucinações). A incerteza cerca o tratamento medicamentoso mais eficaz para a depressão psicótica: um antidepressivo sozinho, um antipsicótico sozinho ou a combinação de um antidepressivo mais um antipsicótico.

O objetivo da revisão é comparar a eficácia das várias formas de tratamento medicamentoso que têm sido usadas para tratar a depressão psicótica. Os autores fizeram isso analisando todos os ensaios clínicos randomizados (ECRs). Doze ECRs atenderam aos nossos critérios de inclusão. Esses testes envolveram um total de 929 pessoas.

A partir desses estudos, a equipe encontrou evidências de que a combinação de um antidepressivo mais um antipsicótico fornece um tratamento mais eficaz para a depressão psicótica do que qualquer um dos dois isoladamente. No entanto, nossa confiança nesta conclusão é limitada porque as informações vieram de apenas um pequeno número de ECRs, que incluiu um pequeno número de pessoas.

Além disso, os tipos de pessoas envolvidas variaram entre os ensaios clínicos randomizados, e esses estudos diferiram no desenho, o que significa que não foi possível generalizar com segurança seus achados.

Objetivos da revisão

  1. 1. Comparar a eficácia clínica dos tratamentos farmacológicos para pacientes com depressão psicótica aguda: monoterapia com antidepressivo, monoterapia com antipsicótico, monoterapia com mifepristona e a combinação de um antidepressivo mais um antipsicótico versus placebo e/ou entre si.
  2. 2. Avaliar se as diferenças na resposta ao tratamento no episódio atual estão relacionadas à não resposta ao tratamento anterior.

Critério de seleção

Todos os ensaios clínicos randomizados (ECRs) que incluíram participantes com depressão maior aguda com características psicóticas, bem como ECRs consistindo de participantes com depressão maior aguda com ou sem características psicóticas, que relataram separadamente no subgrupo de participantes com características psicóticas.

Coleta e análise de dados

Dois revisores extraíram independentemente os dados e avaliaram o risco de viés nos estudos incluídos, de acordo com os critérios do Cochrane Handbook for Systematic Reviews of Interventions. Os dados foram inseridos no RevMan 5.1.

Foram utilizados dados de intenção de tratar. Os resultados primários foram a resposta clínica para eficácia e taxa de abandono geral para dano/tolerância. O desfecho secundário foi remissão da depressão, alteração do escore de gravidade inicial, qualidade de vida e taxa de abandono devido a efeitos adversos.

Para resultados de eficácia dicotômicos (ou seja, resposta e abandono geral), as razões de risco (RRs) com intervalos de confiança de 95% (ICs) foram calculados.

Com relação ao resultado primário de dano, apenas as taxas gerais de abandono estavam disponíveis para todos os estudos. Se o estudo não relatou nenhum dos critérios de resposta definidos acima, a remissão definida aqui pode ser usada como alternativa. Para resultados continuamente distribuídos, não foi possível extrair dados dos ECRs.

Conclusão dos autores

A depressão psicótica é muito pouco estudada, limitando a confiança nas conclusões tiradas. Algumas evidências indicam que a terapia combinada com um antidepressivo mais um antipsicótico é mais eficaz do que o tratamento isolado ou o placebo.

As evidências são limitadas para o tratamento apenas com um antidepressivo ou apenas com um antipsicótico. Faltam evidências da eficácia do mifepristone.

______________________________

O estudo original foi publicado na Cochrane Library

“Pharmacological treatment for psychotic depression” – 2021

Autores do estudo: Jacolien Kruizinga, Edith Liemburg, Huibert Burger, Andrea Cipriani, John Geddes, Lindsay Robertson, Beatrix Vogelaar, Willem A Nolen – Estudo

4Medic

As informações publicadas no site são elaboradas por redatores terceirizados não profissionais da saúde. Este site se compromete a publicar informações de fontes segura. Todos os artigos são baseados em artigos científicos, devidamente embasados.