Conhecimento Médico

Estudo confirma que a menopausa está relacionada com a depressão

Estudos demonstraram que a transição da menopausa, particularmente a perimenopausa e a pós-menopausa precoce, está correlacionada com um risco aumentado de depressão devido à alteração dos níveis hormonais. De fato, as diretrizes de 2018 para a depressão na perimenopausa que foram publicadas no Menopause – The Journal of The North America Menopause Society (NAMS) – afirmam que:

  • A perimenopausa é um período de vulnerabilidade para que as mulheres desenvolvam sintomas depressivos e episódios depressivos maiores.
  • O risco de sintomas depressivos é elevado durante a perimenopausa, mesmo em mulheres sem histórico de transtorno depressivo maior.

Um novo estudo turco publicado no início de julho de 2020, confirmou uma correlação entre a transição da menopausa, a depressão e uma associação de certos fatores de risco e episódios depressivos após a menopausa.

Como a pesquisa foi desenvolvida

A equipe de pesquisadores analisou 485 mulheres turcas que estavam na pós-menopausa com idades entre 35 e 78 anos para avaliar a frequência de sintomas depressivos, as variáveis biológicas, sociais e psicológicas envolvidas e os níveis de medo da morte.

Os autores observaram que 41% das participantes relataram experimentar algum tipo de depressão. O grupo teorizou que esse percentual é enganosamente baixo por conta da idade mais jovem das mulheres participantes (idade média de 56,3 anos).

Características que estão associadas a um aumento da depressão em relação a menopausa

As variáveis psicossociais e biológicas que a equipe descobriu estarem correlacionadas com o risco de desenvolver os sintomas depressivos são:

  • Perda de um cônjuge por divórcio ou morte
  • Consumo de álcool
  • Qualquer condição médica que exija medicação contínua
  • Qualquer deficiência física
  • Doença mental diagnosticada pelo médico
  • Ter quatro ou mais filhos vivos

“O ponto principal aqui é que as mulheres que estão sob muito estresse são as que apresentam maior risco, elas já passaram por eventos marcantes, já têm problemas de saúde e, particularmente, um histórico de depressão”, afirmou Stephanie Faubion, MD, diretora médica da NAMS. “Sabemos que o maior fator de risco para o desenvolvimento de depressão na meia-idade é um histórico anterior de depressão”.

Outro ponto importante para o estudo foi de que nenhuma correlação entre depressão e medo da morte foi encontrada.

A nova pesquisa confirma resultados anteriores sobre a depressão na meia-idade em mulheres

“Os resultados deste estudo envolvendo mulheres turcas na pós-menopausa são consistentes com a literatura existente e enfatizam a alta prevalência de sintomas depressivos em mulheres na meia-idade, particularmente aquelas com histórico de depressão ou ansiedade, condições crônicas de saúde e fatores psicossociais ou fatores estressantes importantes, como acontecimentos marcantes durante a vida. As mulheres e os médicos que cuidam delas precisam estar cientes de que a transição da menopausa é um período de vulnerabilidade em termos de humor”, disse Faubion em comunicado à imprensa sobre o estudo publicado no início de julho.

Mais pesquisas são necessárias para identificar fases vulneráveis da transição

Faubion também reforça que este estudo analisou apenas um grupo de mulheres que entraram na clínica. “Todas estavam na pós-menopausa, mas não sabemos onde essas mulheres estavam na transição da menopausa, se elas eram precoces ou passaram por ela muito tempo depois, o que poderia distorcer os resultados”, disse ela em uma entrevista subsequente à Everyday Health.

Existem tratamentos eficazes disponíveis, mas é necessário a procura de um profissional qualificado

“Este estudo reforça o fato de que deveríamos monitorar as mulheres quanto a problemas de humor durante a meia-idade, porque podemos fazer algo a respeito”, diz Faubion, ressaltando que o tratamento com antidepressivo é considerado a terapia de primeira linha para a depressão maior, independentemente de quando ocorre.

No entanto, às vezes apenas lidar com os sintomas da menopausa (suores noturnos, afrontamentos, perturbações do sono) é suficiente para melhorar o humor. A terapia hormonal (TH) também pode ter um impacto direto nos sintomas depressivos que ocorrem durante a transição da menopausa e no início da pós-menopausa.

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O estudo original foi publicado no The Journal of The North America Menopause Society

* “The associations of depressive symptoms to sleep-related symptoms during menopausal transition” – 2020

Autores do estudo: Im, Eun-Ok, Yang, You Lee, Liu, Jianghong PhD, RN, Chee, Wonshik PhD – 10.1097/GME.0000000000001611

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