Após diversos testes bem sucedidos com animais, agora uma nova vacina contra Alzheimer começará os ensaios clínicos em humanos. A pesquisa liderada pelos EUA está buscando desenvolver imunoterapia eficaz por meio de uma nova vacina para remover ‘placas cerebrais’ e agregados de proteínas tau ligados à doença de Alzheimer.
Pesquisadores médicos do Instituto de Medicina Molecular e Universidade da Califórnia, Irvine (UCI) trabalhando em parceria com o professor Nikolai Petrovsky da Universidade de Flinders, no Sul da Austrália, desenvolveram um novo tratamento para remover placas beta-amilóides (Aβ) acumuladas e emaranhados neurofibrilares compostos por tau hiperfosforilada, que juntos levam à neuro-degeneração e declínio cognitivo da doença de Alzheimer.
A doença de Alzheimer (DA) é a principal causa de demência relacionada à idade, afetando milhões de pessoas no mundo. Os principais desafios da DA incluem a falta de tratamentos eficazes, biomarcadores confiáveis ou estratégias preventivas.
O professor do Instituto de Medicina Molecular Anahit Ghochikyan e colegas, os professores associados Hvat Davtyan e Mathew Blurton-Jones da UCI, e outros co-autores testaram as vacinas universais baseadas na tecnologia MultiTEP, as possíveis novas terapias foram testadas em camundongos bigênicos com patologias mix Aβ e tau.
“Em conjunto, essas descobertas justificam o desenvolvimento dessa estratégia de vacinação dupla, com base na tecnologia MultiTEP, para testes finais na doença de Alzheimer humana”, concluem os principais autores Professor Ghochikyan e Blurton-Jones.
O professor Petrovsky diz que o método adjuvante Advax é um sistema essencial para ajudar a levar a terapia combinada de vacinas Aβ / tau baseada em MultiTEP, bem como vacinas separadas direcionadas a essas moléculas patológicas, para ensaios clínicos – talvez dentro de dois anos.
“Nossa abordagem visa cobrir todas as bases e superar os obstáculos anteriores na busca de uma terapia para diminuir o acúmulo de moléculas de Aβ / tau e atrasar a progressão da DA em um número crescente de pessoas em todo o mundo”, diz o professor Petrovsky, que trabalhará nos EUA nos próximos meses.
Vários candidatos a medicamentos promissores falharam em ensaios clínicos, portanto a busca por novas prevenções ou terapias continua.
Um relatório recente sobre o anticorpo monoclonal humano, o aducanumab, mostrou que uma dose alta desse anticorpo reduziu o declínio clínico em pacientes com DA precoce, conforme medido pelos endpoints primário e secundário.
No entanto, é óbvio que não poderia ser utilizado como medida preventiva em indivíduos saudáveis devido à necessidade de administração frequente (mensal) de altas concentrações de imunoterapêuticos.
O professor Ghochikyan diz que há uma necessidade premente de continuar procurando por uma vacina contra Alzheimer e retardar a progressão desta doença devastadora.
A nova abordagem combinada de vacinação, poderia potencialmente ser usada para induzir fortes respostas imunes a ambas as patologias marcantes da DA em uma ampla base populacional de indivíduos vacinados com polimorfismos genéticos de classe II de MHC (grande complexo de histocompatibilidade), conclui o novo artigo.
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O artigo completo foi publicado na revista Alzheimer’s Research & Therapy.
* “Testing a MultiTEP-based combination vaccine to reduce Aβ and tau pathology in Tau22/5xFAD bigenic mice” – 2019.
Autores do artigo: Hayk Davtyan, Armine Hovakimyan, Sepideh Kiani Shabestari, Tatevik Antonyan, Morgan A. Coburn, Karen Zagorski, Gor Chailyan, Irina Petrushina, Olga Svystun, Emma Danhash, Nikolai Petrovsky, David H. Cribbs, Michael G. Agadjanyan, Mathew Blurton-Jones & Anahit Ghochikyan – 10.1186/s13195-019-0556-2
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