Os miomas geralmente são tumores benignos (não cancerígenos) que se formam dentro dos tecidos do útero. Eles são muito comuns em idade reprodutiva: estudos revelam que existe uma chance alta de desenvolvimento de miomas aos 50 anos de idade (70% em mulheres brancas e 80% em mulheres negras). Pesquisas sugerem que mulheres negras estão mais propensas a desenvolver sintomas graves ou muito graves relacionados a miomas, como sangramento menstrual mais intenso ou prolongado.
Em alguns casos, as pacientes buscam atendimento médico devido ao fluxo anormal, este que pode causar anemia, fazendo com que seja necessário o suplemento de ferro. Em alguns casos mais raros, transfusões de sangue também podem ocorrer.
Para atenuar os sintomas um novo medicamento está sendo estudado, ele pode ser uma alternativa para mulheres que sofrem com miomas.
As opções para tratar o fluxo intenso devido aos miomas são limitadas: procedimentos cirúrgicos ou injeção de um medicamento chamado leuprolide, que deve ser administrado mensalmente ou a cada três meses para diminuir os sintomas.
Embora sejam tratamentos eficazes, possuem seus riscos e desvantagens:
O novo medicamento aprovado pela Food and Drug Administration (FDA) é o Oriahnn. A pílula – que pode ser tomada diariamente – combina dois hormônios (estradiol e acetato de noretindrona) com um medicamento chamado elagolix.
O elagolix ajuda na inibição de um hormônio que faz com que o corpo da mulher libere estrogênio e progesterona durante o ciclo menstrual mensal.
Um estudo publicado recentemente demonstrou que o elagolix diminui efetivamente a perda de sangue durante a menstruação e causa altas taxas de amenorreia (ausência de sangramento). A pesquisa foi aplicada em 433 mulheres que tiveram miomas e fluxo intenso por 12 meses durante 2,5 anos.
Um dos pontos fortes do estudo é que 67% das mulheres que participaram eram negras. Elas possuem taxas mais altas de miomas uterinos, por isso sua inclusão nesta pesquisa é tão importante.
Houve a comparação de dois grupos de mulheres por um ano: um grupo recebeu apenas elagolix e o outro elagolix com estradiol e acetato de noretindrona (“terapia de reposição”). Como o elagolix suprime a liberação hormonal de estrogênio e progesterona, pode causar ondas de calor, suores noturnos e diminuição da densidade mineral óssea (um marcador que indica perda óssea) que pode predispor as pacientes a fraturas ósseas. Em teoria, a terapia pode diminuir o risco dos efeitos adversos apresentados.
Para o grupo que ingeriu elagolix com terapia de reposição (add-back), os pesquisadores puderam constatar no período de 12 meses as seguintes mudanças:
Os efeitos colaterais mais comuns em ambos os grupos foram as ondas de calor e dores de cabeça. Efeitos mais graves foram raros. Contudo, as mulheres que tomaram elagolix com terapia de reposição apresentaram ondas de calor e suores noturnos com menor intensidade, a perda de densidade mineral óssea também foi menor (embora tenha sido presente nos dois grupos)
Com base no questionário respondido pelos grupos, as pacientes que fizeram uso do elagolix com add-back relataram uma qualidade de vida superior.
O novo medicamento pode ser uma ótima opção para mulheres que gostariam de tratar seus miomas sem a necessidade de intervenção cirúrgica. É fundamental ressaltar que o estudo foi aplicado por 12 meses. O FDA não aprovou o uso por mais de 24 meses, portanto, essa pode não ser uma solução definitiva para as pacientes.
No entanto, o elagolix com terapia de reposição é capaz de ajudar mulheres na perimenopausa, que irão passar pela menopausa em um ou dois anos e querem evitar uma histerectomia. Esse tratamento também pode ser benéfico para pacientes que desejam engravidar no período de um a dois anos e gostariam de diminuir o fluxo menstrual sem a necessidade de cirurgia.
__________________________
O estudo completo foi publicado na US National Library of medicine
* “Elagolix Treatment for Up to 12 Months in Women With Heavy Menstrual Bleeding and Uterine Leiomyomas” – 2020.
Autores do estudo: James A Simon, Ayman Al-Hendy, David F Archer, Kurt T Barnhart, Linda D Bradley, Bruce R Carr, Thomas Dayspring, Eve C Feinberg, Veronica Gillispie, Sandra Hurtado, JinHee Kim, Ran Liu, Charlotte D Owens, Ozgul Muneyyirci-Delale, Alice Wang, Nelson B Watts, William D Schlaff – https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7253187/
O consumo de mais alimentos ultraprocessados correspondeu a maior risco de doença cardiovascular incidente (DCV)…
A exposição ao escapamento do carro e outras toxinas transportadas pelo ar tem sido associada…
A poluição do ar relacionada ao tráfego foi responsável por quase 2 milhões de novos…
A maior frequência cardíaca em repouso (resting heart rate [RHR]) foi associada a maior risco…
A epilepsia de início na infância parece acelerar o envelhecimento do cérebro em cerca de…
O tratamento de primeira linha do melanoma irressecável com a combinação de imunoterapia de nivolumabe…