Embora a radiação seja usada com sucesso no tratamento do câncer de mama, matando as células cancerígenas, a inflamação causada como efeito colateral da radiação pode ter um efeito contrário, promovendo a sobrevivência das células e ajudando no desenvolvimento do câncer de mama triplo-negativo, de acordo com uma pesquisa realizada pela Dra Jennifer Sims Mourtada, diretora Centro de tratamento de câncer em Delaware, EUA.
Representando 15-20% de todos os cânceres de mama, o câncer de mama triplo negativo cresce mais rapidamente do que outros tipos de câncer de mama. A Dra Sims Mourtada no seu recente estudo mostrou que a inflamação causada pela radiação pode desencadear características semelhantes a células-tronco em células de câncer de mama não-tronco.
“Isso é bom e ruim para a radiação. Sabemos que a inflamação induzida por radiação pode ajudar o sistema imunológico a matar células tumorais – isso é bom – mas também pode proteger as células-tronco do câncer em alguns casos, e isso é ruim. O que é empolgante sobre essas descobertas é que estamos aprendendo cada vez mais que o ambiente em que o tumor se encontra – seu microambiente – é muito importante. Historicamente, a pesquisa se concentrou nos defeitos genéticos nas células tumorais. Estamos agora também olhando para o microambiente maior e sua contribuição para o câncer”, disse a Dra Sims-Mourtada.
O termo câncer de mama triplo negativo refere-se ao fato de que as células cancerígenas não possuem receptores de estrogênio ou progesterona e também não produzem muito da proteína chamada HER2. As células testam “negativo” em todos os 3 testes. Esses cânceres tendem a ser mais comuns em mulheres com menos de 40 anos, afro-americanas, latinas ou que sofrem de uma mutação no BRCA1.
“Meu trabalho se concentra nas células-tronco cancerígenas e sua origem. Elas existem em muitos tipos de câncer, mas são particularmente ilusórias no câncer de mama triplo negativo. Sua capacidade de crescimento anormal e mecanismos de sobrevivência os tornam resistentes à radiação e quimioterapia e ajudam a impulsionar o crescimento do tumor”, acrescenta a Dra Sims Mourtada.
Ela e sua equipe aplicaram radiação em células-tronco com câncer de mama triplo-negativo e em células não-tronco. Em ambos os casos, eles descobriram que a radiação induzia uma resposta inflamatória que ativava a via Il-6/Stat3, que desempenha um papel significativo no crescimento e na sobrevivência de células-tronco cancerígenas em câncer de mama triplo-negativo. Eles também descobriram que a inibição do STAT3 bloqueia a criação de células-tronco cancerígenas. Ainda não está claro o papel da IL-6/STAT3 na transformação de uma célula não-tronco em uma célula-tronco.
“Nosso próximo passo é entender a resposta inflamatória e como podemos inibi-la para impedir o desenvolvimento de novas células-tronco cancerígenas”, concluiu a Dra Sims Mourtada.
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O estudo completo foi publicado na revista científica Journal of Radiation Biology.
* “Radiation induces an inflammatory response that results in STAT3-dependent changes in cellular plasticity and radioresistance of breast cancer stem-like cells” – 2020.
Autores do estudo: Kimberly M. Arnold, Lynn M. Opdenaker, Nicole J. Flynn, Daniel Kwesi Appeah e Jennifer Sims Mourtada – 10.1080/09553002.2020.1705423
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