Indivíduos que tomam uma classe de medicamentos esteróides chamados glicocorticóides para condições como asma, alergias e artrite rotineiramente podem não conseguir ter uma resposta normal ao estresse e correm alto risco se estiverem infectados pelo vírus que causa a COVID-19.
Os glicocorticóides são uma classe de medicamentos usados para tratar uma variedade de condições inflamatórias e administrados por várias vias diferentes, incluindo comprimidos, cremes tópicos e medicamentos inalados. Os doentes que tomam estes medicamentos podem ser mais suscetíveis à COVID-19 como um resultado da medicação a supressão do sistema imunológico.
Eles também podem experimentar doenças mais graves uma vez infectadas, porque esses medicamentos suprimem sua própria resposta esteroide à infecção. A terapia suplementar injetável de glicocorticóide nesse cenário pode reverter o risco de insuficiência adrenal potencialmente fatal e deve ser considerada em todos os casos.
Indivíduos com insuficiência adrenal primária conhecida, também conhecida como doença de Addison, e insuficiência adrenal secundária que ocorre no hipopituitarismo também devem tomar precauções extras. Se os pacientes desenvolverem sintomas como tosse contínua seca e febre, devem dobrar imediatamente a dose oral de glicocorticóide e continuar a fazê-lo até que a febre diminua. Eles também exigirão terapia com glicocorticóides injetáveis, caso sua condição piore.
Os endocrinologistas podem desempenhar um papel fundamental no reconhecimento, gerenciamento e implementação dessas medidas, de acordo com os autores.
Segundo as Organizações Mundiais de Saúde, existem mais de 719.000 casos confirmados de COVID-19. Mais de 33.000 pessoas morreram da doença em 31 de março.
“Em nossas vidas profissionais, não testemunhamos uma crise de saúde dessa magnitude e gravidade”, escreveram os autores.
Entre os indivíduos com diabetes que contraem COVID-19, a gravidade da doença parece ser pior do que nos indivíduos que não têm diabetes, segundo os autores. Pesquisa publicada na província de Wuhan, na China, descobriu que aqueles com diabetes e pressão alta estavam super-representados entre pacientes gravemente doentes e aqueles que morreram.
Os cientistas já ajudaram a descobrir como o vírus responsável pelo COVID-19 entra nas células e se espalha de um indivíduo para outro. Alguns já fizeram observações preliminares sobre as interações do vírus com o sistema endócrino.
“Os alvos relacionados ao sistema endócrino estão na vanguarda da ciência das descobertas, quando lidamos coletivamente com essa pandemia”, escreveram os autores.
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O artigo completo foi publicado no Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism.
* “Our Response to COVID-19 as Endocrinologists and Diabetologists” – 2020.
Autores do estudo: Ursula B Kaiser, Raghavendra G Mirmira, Paul M Stewart – 10.1210/clinem/dgaa148
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