O transtorno por uso de substâncias é o uso continuado de uma ou mais substâncias psicoativas, incluindo o álcool, apesar dos efeitos negativos sobre a saúde, funcionamento e relações sociais. O uso problemático de drogas aumentou 10% globalmente desde 2013, e o uso nocivo de álcool está associado a 5,3% de todas as mortes.
Os efeitos diretos da musicoterapia (MT) no uso problemático de substâncias não são conhecidos, mas podem ser úteis para aliviar os sintomas psicológicos associados e diminuir o desejo por substâncias.
Esta revisão pode ajudar a determinar se a musicoterapia tem um impacto benéfico em certos aspectos do uso problemático de substâncias e motivação para o tratamento.
Transtorno por uso de substâncias é o uso continuado de drogas, tanto drogas ilícitas quanto medicamentos prescritos, com ou sem álcool, mesmo quando essas substâncias causam problemas de saúde ou afetam negativamente o funcionamento social. Aproximadamente 35 milhões de pessoas em todo o mundo se envolvem no uso problemático de drogas e mais de três milhões de mortes a cada ano são atribuídas ao consumo nocivo de álcool.
A musicoterapia aborda as necessidades mentais e físicas de pessoas em tratamento de uso de substâncias, por meio do uso de uma variedade de formas ativas e receptivas de envolvimento musical que permitem vários processos neurobiológicos, psicológicos e sociais de promoção da saúde.
Os musicoterapeutas são profissionais de saúde que usam intervenções musicais específicas para ajudar seus clientes a gerenciar emoções, lidar com gatilhos, dominar a experiência e formar relacionamentos interpessoais saudáveis.
Foram incluídos 21 estudos com 1.984 pessoas. Todos os participantes foram diagnosticados com transtorno por uso de substâncias, com 52% relatando o álcool como sua substância de escolha. Em dois estudos, os participantes tiveram diagnósticos de saúde mental concomitantes.
Todos os estudos foram concluídos em ambientes de desintoxicação ou em instalações de tratamento de uso de substâncias de longo prazo. Os estudos compararam a musicoterapia adicionada ao tratamento padrão com o tratamento padrão sozinho ou com outros tipos de intervenção que seriam uma parte típica do tratamento para o uso de substâncias, como a terapia verbal. A qualidade dos estudos realizados e os resultados relatados variaram, o que afetou a confiança nos resultados.
Os resultados sugerem que a musicoterapia adicionada ao tratamento padrão provavelmente reduz o desejo por substâncias quando comparado ao tratamento padrão isolado para pessoas com transtornos por uso de substâncias que recebem tratamento em ambientes de desintoxicação e reabilitação de curto prazo. A intervenção de musicoterapia com duração superior a uma única sessão está associada a uma maior redução do desejo.
Além disso, a musicoterapia provavelmente melhora a motivação para o tratamento/mudança mais do que o tratamento padrão sozinho e pode melhorar a motivação para o tratamento/mudança mais do que outros tratamentos ativos. Não foram encontradas evidências de um efeito da musicoterapia nos sintomas depressivos, ansiedade e motivação para permanecer sóbrio/limpo.
Os autores têm confiança baixa a moderada em nos achados e alertaram que pode ser difícil transferir os achados para outros ambientes, uma vez que a maioria dos estudos incluídos foi conduzida pelo mesmo pesquisador na mesma unidade de desintoxicação.
Sabe-se que o desejo por substâncias diminui melhor quando há mais de uma sessão de musicoterapia, mas a equipe ainda não sabe se o número de sessões de musicoterapia recebidas impacta outros desfechos. Além disso, não os autores não sabem se uma forma de musicoterapia funciona melhor do que outras para esses resultados.
Os resultados da revisão sugerem que a musicoterapia como tratamento “adicional” ao tratamento padrão pode levar a reduções moderadas no desejo por substâncias e pode aumentar a motivação para tratamento/mudança para pessoas com transtorno por uso de substâncias recebendo tratamento em ambientes de desintoxicação e reabilitação de curto prazo.
Maior redução no desejo está associada a musicoterapia com duração maior do que uma única sessão. A confiança dos autores é de moderada a baixa em nos achados, pois os estudos incluídos foram rebaixados em certeza devido à imprecisão, e a maioria dos estudos incluídos foi conduzida pelo mesmo pesquisador na mesma unidade de desintoxicação, o que afeta consideravelmente a transferibilidade dos resultados.
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O estudo original foi publicado na Cochrane Library
“Music therapy for people with substance use disorders” – 2022
Autores do estudo: Ghetti C, Chen X-J, Brenner AK, Hakvoort LG, Lien L, Fachner J, Gold C – Estudo
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