Do mesmo modo que uma história clínica (anamnese) bem colhida é importante, o exame físico bem feito é fundamental. Tanto um quanto o outro são peças importantes no jogo do raciocínio clínico. Certamente o diagnóstico correto fica muito mais próximo quando ouvimos o paciente. Inclusive os focos de ausculta cardíaca devem ser explorados de forma metódica. Pois, em seus sons, sopros, ruídos e ruflar se escondem grandes informações.
Alguns pontos devem ser respeitados para uma boa ausculta cardíaca, são eles:
– Ambiente para ausculta;
– Posição do paciente e do examinador;
– Escolha correta do receptor;
– Aplicação correta do receptor;
– Instrução adequada do paciente;
– Relação dos batimentos cardíacos com a respiração.
Como é possível escutar algo importante sem a devida atenção? Estar em um ambiente silencioso é indispensável para a boa ausculta. Pois, os sons cardíacos são de pequena intensidade, outras vezes abafados. Em suma, ouvi-los é uma arte. Nesse sentido, é necessário completo silêncio.
Ambos, médico e paciente, devem estar em posições confortáveis. O paciente pode ser examinado nas posições decúbito dorsal, decúbito lateral esquerdo, sentada, e em alguns casos em pé. Quando em pé, o ideal, é que fique inclinado para a frente ou debruçado sobre uma mesa de exame.
É a posição mais habitual. O paciente fica com a cabeça apoiada em um pequeno travesseiro. O tórax deve estar totalmente descoberto. O médico posiciona-se à direita do paciente.
O paciente senta-se à beira do leito ou em uma cadeira. Inclinando ligeiramente o tórax para frente, o que ajuda a intensificar os sons. Essa posição ajuda na ausculta de sons originados na base do coração. O médico também se posiciona à direita do paciente.
O paciente deita-se em decúbito lateral esquerdo com a mão esquerda sob a cabeça. Essa posição é mais adequada para se auscultar sons da valva mitral. Bem como a terceira bulha e o ruflar diastólico da estenose mitral, podem ser mais audíveis nesta posição. O médico continua à direita do paciente.
O paciente fica em pé e debruça-se sobre uma mesa. Posição interessante para auscultar quando se tem hipofonese das bulhas. Pois nessa posição o coração se aproxima da parede torácica. Nesse sentido os sons ficam maus audíveis. O médico também se posiciona à direita do paciente.
Sem dúvida, o tipo e tamanho do receptor são muito importantes. Temos o receptor de diafragma de vários tamanhos e a campânula. Enquanto o receptor de diafragma é mais apropriado para se ouvirem ruídos de alta frequência, a campânula capta melhor os ruídos de baixa frequência. Portanto, terceira e quarta bulhas e o ruflar da estenose mitral são melhores auscultados com campânula. Mas em geral, efetua-se toda a ausculta utilizando o receptor de diafragma.
Ambos os receptores, diafragma ou campânula, devem ficar levemente apoiado sobre a pele. Procura-se uma perfeita adaptação de suas bordas junto à pele, pois assim, evita-se a captação de sons do ambiente. Salienta-se ainda que não se realiza ausculta através de qualquer tipo de roupa. O receptor deve ser colocado sobre a pele e nunca sobre a roupa. Também devemos lembrar que uma compressão intensa da campânula a transforma em diafragma. Pois a pele distendida faz o papel da membrana do diafragma.
Por certo passar instruções claras ao paciente também é importante. Assim sendo, orientar sobre o modo de respirar, como por exemplo, aumentar a amplitude, inspirar profundamente, expirar forçadamente, parar a respiração.
A respiração pode mudar a intensidade dos sons cardíacos. Assim o examinador deve ficar atento para tais mudanças. Afinal os sons e sopros do coração direito geralmente se intensificam durante a inspiração. Ocorre então, um aumento do retorno sanguíneo nesta fase da respiração. Dessa a forma a Manobra de Rivero – Carvalho ajuda a diferenciar o sopro da insuficiência tricúspide do da insuficiência mitral.
Primeiramente devemos lembrar que os focos de ausculta não correspondem às localizações anatômicas das valvas:
Outras áreas de ausculta são:
Por certo todo o precórdio e as regiões circunjacentes precisam ser auscultados. Os focos são apenas pontos de referência.
Enfim, escutar o paciente é fundamental para a correta elucidação diagnóstica. Assim anamnese e exame físico bem realizado são os primeiros passos, inclusive para direcionar exames complementares necessários para auxilio diagnóstico.
Ainda, não menos importante é sempre deixar registrado de forma legível toda história clínica, queixas e sintomas. Se dúvida a descrição sistemática dos achados no exame físico também são de suma importância. Hoje com a tecnologia essas informações ficam a um dedo de distância.
Com um software médico você consulta estas informações quando necessário. Inclusive, caso seja necessário poderá passar informações mais detalhadas em caso de emergência. Pois terá todo o prontuário do paciente na sua mão.
Referência: Exame Clínico PORTO 2017.
Foco de Ausculta ou Auscultação Cardíaca é a parte da Semiologia que estuda os sons gerados pelo ciclo cardíaco e seu significado.
Foco Mitral (FM) Foco Pulmonar (FP) Foco Aórtico (FAo) Foco Aórtico Acessório Foco Tricúspide (FT): O que é foco de ausculta cardíaca?
Quais são os focos clássico de ausculta cardíaca?
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