A enterocolite associada à Hirschsprung (ECAH) é uma das principais causas de morbidade grave e potencial mortalidade em crianças com doença de Hirschsprung (DH). As pessoas com ECAH sofrem de inflamação intestinal e apresentam diarreia, fezes explosivas e distensão abdominal.
Os probióticos são microrganismos vivos com efeitos benéficos à saúde, que podem otimizar a função gastrointestinal e a flora intestinal. No entanto, a eficácia e segurança da suplementação de probióticos na prevenção de enterocolite associada à Hirschsprung permanece incerta.
Quais são os benefícios e riscos do uso de probióticos para prevenir a enterocolite associada à Hirschsprung?
A equipe comparou ensaios clínicos randomizados (RCTS) de probióticos versus placebo, ou qualquer outra intervenção não probiótica, para prevenir a enterocolite associada à Hirschsprung (ECAH). Atualmente, não há evidências suficientes para avaliar a eficácia ou segurança dos probióticos para a prevenção de enterocolite associada à Hirschsprung.
ECAH é uma condição rara. Pode causar inflamação dos intestinos e levar a sintomas, como dor abdominal e diarreia, que podem perturbar o equilíbrio dos eletrólitos no corpo.
Os probióticos são bactérias vivas que podem restaurar o equilíbrio natural das bactérias e possivelmente reduzir a inflamação do intestino. No entanto, ainda não está claro se tomar probióticos é útil na prevenção de ECAH e se eles são seguros. Os autores analisaram as evidências científicas para responder a essa pergunta.
Os autores queriam descobrir se os probióticos poderiam prevenir enterocolite associada à Hirschsprung e se os probióticos estavam associados a quaisquer efeitos indesejados.
Eles buscaram estudos que examinaram probióticos em comparação com placebo ou qualquer outra intervenção em crianças com doença de Hirschsprung (HD). A equipe comparou e resumiu os resultados dos estudos e avaliaram a confiança nas evidências.
Foram incluídos dois ECRs, com um total de 122 pessoas com ECAH. Um estudo multicêntrico foi realizado nos EUA e no Egito e um na China. Cada um desses estudos foi realizado em ambiente hospitalar.
Um total de 60 participantes foram tratados com probióticos e 60 foram tratados com placebo (um medicamento falso). O tempo de inscrição variou de 1 a 12 meses. Um estudo foi financiado por empresas que forneceram os probióticos; o outro por agências governamentais. Em conjunto, os resultados sugerem que não há evidências suficientes para mostrar que os probióticos podem prevenir ECAH.
A equipe está muito incertos se houve diferença na ocorrência de enterocolite associada à Hirschsprung entre o grupo que recebeu probióticos e o grupo que recebeu placebo. Não foram relatados eventos adversos graves. Eles também estão muito incertos sobre o efeito dos probióticos na gravidade do ECAH.
Nenhuma mortalidade geral ou retiradas devido a eventos adversos foram relatadas. Houve pouca ou nenhuma diferença na recorrência de enterocolite associada à Hirschsprung entre os dois grupos. Como os estudos foram muito pequenos e mal relatados, não é possível tirar conclusões definitivas neste momento. São necessários estudos mais bem desenhados com mais participantes.
A certeza da evidência variou de baixa a muito baixa, principalmente porque os resultados foram inconclusivos e não havia dados disponíveis suficientes.
Atualmente, não há evidências suficientes para avaliar a eficácia ou segurança dos probióticos para a prevenção da enterocolite associada à Hirschsprung quando comparados ao placebo.
A presença de evidências de certeza de baixa a muito baixa sugere que mais ECRs bem projetados e com poder suficiente são necessários para esclarecer a verdadeira eficácia dos probióticos.
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O estudo original foi publicado na Cochrane Library
“Probiotics for the prevention of Hirschsprung‐associated enterocolitis” – 2022
Autores do estudo: Mei F, Wu M, Zhao L, Hu K, Gao Q, Chen F, Kwong JSW, Wang Y, Shen XPing, Ma B – Estudo
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