A compreensão sobre o papel da inflamação nas principais doenças crônica fez com que vários pesquisadores prestassem atenção do efeito da dieta no processo inflamatório.
Entender a ligação pode ajudar a identificar padrões alimentares e alimentos específicos que podem diminuir a inflamação crônica e melhorar a saúde.
Existem dois tipos de inflamações: a aguda e a crônica. A aguda é uma resposta protetora do corpo a uma lesão ou infecção. Por exemplo, a inflamação ocorre quando a pessoa faz um corte no dedo. O corpo envia glóbulos brancos para proteger a área. É comum que ocorra algum inchado, vermelhidão e dor, mas este processo é essencial para que o local não infeccione.
A inflamação aguda pode acontecer quando o corpo tenta expulsar substâncias nocivas, como a toxinas do fumo. Níveis maiores de inflamação crônica também estão associados com o excesso de gordura, principalmente ao redor do abdômen.
A inflamação crônica de baixo grau pode deteriorar vasos sanguíneos, artérias, nervos e intestinos. Eventualmente, ela pode levar a doenças crônicas, incluindo doenças cardíacas, diabetes, certos tipos de câncer e algumas doenças do intestino.
Observando os marcadores de inflamação, como a proteína C reativa (PCR), a interleucina-6 (IL-6) e o fator de necrose tumoral alfa (TNF-α), os pesquisadores perceberam que a dieta pode induzir a inflamação.
Além disso, existem muitas evidências que mostram que a dieta afeta o risco de doenças crônicas, como doenças cardíacas e diabetes.
Um estudo publicado recentemente no Journal of American College of Cardiology (JACC) analisou a associação das dietas pró-inflamatóriasao aumento do risco de doenças cardiovasculares (DCV) – a DCV inclui ataque cardíaco não fatal e fatal e acidente vascular cerebral fatal e não fatal.
Os pesquisadores fizeram uma avaliação das dietas de mais de 200.000 mulheres e homens que estavam inscritos no Nurses’ Health Study, no Nurses’ Health Study II e no Health Professionals Follow-Up Study. Os participantes preencheram questionários de frequência alimentar a cada quatro anos por cerca de 32 anos.
Os resultados mostraram que os que consumiam a maioria das dietas pró-inflamatórias tinham um risco aumentado de 38% de desenvolver DCV quando comparados aos que tinham as dietas anti-inflamatórias.
As associações foram consistentes entre homens e mulheres, e permaneceram significativa mesmo que houvesse ouros fatores de estilo de vida e outras contribuições potenciais para a inflamação, como obesidade, diabetes, pressão alta e colesterol alto.
O estudo também mostrou que a alimentação pró-inflamatória foi associada a um perfil de colesterol ruim. Essa descoberta também foi percebida em outro estudo, também publicado pelo JACC, que descobriu que alimentos pró-inflamatórios eram prejudiciais nos níveis de colesterol, enquanto outros alimentos anti-inflamatórios mostraram efeitos favoráveis.
Alimentos que possuem um potencial maior pró-inflamatório são carne vermelha, carne processada e carne de órgãos, carboidratos refinados (como pão branco, arroz branco e muitas sobremesas) e bebidas adoçadas, que inclui refrigerantes e bebidas esportivas.
Os alimentos que possuíam mais chances de serem anti-inflamatórios são os vegetais com folhas verdes (como couve, couve e espinafre), vegetais amarelos escuros (como abóbora e pimentão amarelo), grãos inteiros (como grãos de trigo, quinoa, pão de grãos inteiros e farinha de aveia), frutas, chá, café e vinho. Esses alimentos contêm propriedades anti-inflamatórias específicas, como carotenoides, flavonoides, vitaminas e fibras.
As descobertas recentes do estudo do JACC são consistentes com outros ensaios que percebem certos padrões dietéticos associados a menor inflamação e um risco menor de DCV. Isso inclui a dieta mediterrânea, que ressalta muitos alimentos anti-inflamatórios e limita os alimentos pró-inflamatórios, como carne vermelha e carboidratos refinados.
A dica dos especialistas é limitar o consumo de alimentos com potencial pró-inflamatórios e adicionar mais alimentos anti-inflamatórios. Os dados sugerem que uma abordagem prudente de limitar dietas com alimentos pró-inflamatórios e adotar uma alimentação anti-inflamatória pode ser uma estratégia eficaz na prevenção de DCV.
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O estudo original foi publicado no Journal of the American College of Cardiology
* “Dietary Inflammatory Potential and Risk of Cardiovascular Disease Among Men and Women in the U.S” – 2020
Autores do estudo: Jun Li, Dong Hoon Lee, Jie Hu, Fred K Tabung, Yanping Li, Shilpa N Bhupathiraju, Eric B Rimm, Kathryn M Rexrode, JoAnn E Manson, Walter C Willett, Edward L Giovannucci, Frank B Hu – 10.1016/j.jacc.2020.09.535
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