O Diabetes Mellitus Pós-transplante (DMPT), uma complicação comum dos medicamentos imunossupressores administrados para evitar a rejeição do transplante, pode ser reversível e pelo menos parcialmente evitável, relatam pesquisadores do Centro Médico da Universidade Vanderbilt, Nashville, EUA.
“Esperamos que essas descobertas possam ser traduzidas em pesquisas clínicas, pois esses resultados sugerem maneiras pelas quais o diabetes associado aos medicamentos imunossupressores pode ser prevenido ou tratado com mais eficácia”, disse o Dr Alvin Powers, autor sênior do estudo.
Pacientes que recebem transplantes de células-tronco que diferem geneticamente de seus próprios tecidos e subsequentemente desenvolvem Diabetes Mellitus Pós-transplante têm piores resultados. Dependendo do tipo de transplante e dos medicamentos imunossupressores utilizados, o diabetes pós-transplante pode ocorrer em até um terço dos pacientes. Alguns exigirão tratamento com insulina.
“Como médico de transplante, eu gosto de resolver e nunca causar um novo problemas como a DMPT. Esta emocionante pesquisa aponta o caminho para futuros tratamentos para prevenir ou reverter essa complicação”, disse o Dr Brian Engelhardt, da Divisão de Hematologia e Oncologia de Vanderbilt.
A causa do DMPT é desconhecida, mas acredita-se que a secreção reduzida de insulina seja um fator importante.
Para determinar como a imunossupressão afeta a secreção de insulina pelas células beta nas ilhotas pancreáticas, os pesquisadores transplantaram ilhotas humanas em camundongos imunodeficientes e trataram os animais com dois medicamentos imunossupressores comumente usados, tacrolimus (TAC) e sirolimus (SIR). Ambos os fármacos foram associados ao DMPT.
Os medicamentos tiveram efeitos negativos nos enxertos de ilhotas humanas que poderiam contribuir para o desenvolvimento de diabetes. O TAC e o SIR levaram ao comprometimento do processamento e secreção de insulina, bem como à redução de grânulos de células beta, aumento de macrófagos e aumento da formação de depósitos amilóides nos enxertos de ilhotas humanas.
Para determinar se esses efeitos eram permanentes, os pesquisadores retiraram o tratamento imunossupressor e descobriram que a função das células beta voltou ao normal.
Quando co-administraram o Exendin-4, um agonista do receptor do peptídeo 1 semelhante ao glucagon usado clinicamente em pacientes com diabetes tipo 2, eles descobriram que ele bloqueava a disfunção das células beta induzida por TAC e melhorava parcialmente os efeitos do SIR. Isso indicou que os efeitos dos medicamentos nas células beta podem ser evitados.
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O artigo foi publicado recentemente na JCI Insight.
* “Tacrolimus- and sirolimus-induced human β cell dysfunction is reversible and preventable” – 2020.
Autores do estudo: Chunhua Dai, John T. Walker, Alena Shostak, Ana Padgett, Erick Spears, Scott Wisniewski, Greg Poffenberger, Radhika Aramandla, E. Danielle Dean, Nripesh Prasad, Shawn E. Levy, Dale L. Greiner, Leonard D. Shultz, Rita Bottino, Alvin C. Powers – 10.1172/jci.insight.130770
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