Uma nova pesquisa liderada pela Universidade Curtin descobriu que o uso de drogas de duas proteínas encontrada nos músculos pode ajudar a reduzir a gravidade e o crescimento do câncer de bexiga.
A pesquisa teve como objetivo entender a função de duas proteínas de ocorrência natural, denominadas fator de crescimento de hepatócitos (HGF) e c-Met, produzidas em pacientes com câncer de bexiga e associadas a mau prognóstico, invasão e disseminação do câncer.
O principal autor australiano, Professor Pieter Eichhorn, do Instituto de Pesquisa em Inovação em Saúde Curtin (CHIRI) e da Escola de Farmácia e Ciências Biomédicas da Universidade Curtin, disse que o câncer de bexiga é uma das causas mais comuns de mortes relacionadas ao câncer em todo o mundo e um dos mais caro de tratar.
“Aproximadamente 25% do câncer de bexiga se apresenta inicialmente como câncer de bexiga invasivo aos músculos, que ocorre quando as células cancerígenas se espalham além do revestimento interno da bexiga e entram na camada muscular. O tratamento do câncer de bexiga invasivo nos músculos continua sendo um grande desafio clínico, como o único tratamento é a remoção de toda a bexiga com ou sem quimioterapia”, disse o professor Eichhorn.
“Nos modelos de camundongos, nossa equipe descobriu que as proteínas HGF e c-Met estimulam um caminho que leva à liberação de células cancerígenas nos vasos sanguíneos e no sistema linfático, resultando potencialmente na disseminação do tumor primário para outras partes do corpo. Descobrimos que, utilizando drogas que inibem o caminho, ele pode bloquear completamente as células cancerígenas da bexiga de se espalharem para os tecidos circundantes”, relata o professor Eichhorn.
O professor Eichhorn disse que as descobertas têm implicações potencialmente significativas para o futuro tratamento de pacientes com câncer de bexiga em estágio inicial, mas são necessários ensaios clínicos para verificar se isso também é eficaz em pacientes humanos.
“O câncer de bexiga continua a impactar milhares de pessoas a cada ano, por isso é fundamental realizar pesquisas de alta qualidade que possam ajudar a combater esta doença e oferecer esperança futura para aqueles que foram afetados”, concluiu o professor associado Eichhorn.
O estudo completo foi publicado na revista científica Nature Communications.
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