O colangiocarcinoma é um tumor agressivo para o qual a ressecção cirúrgica é a base do tratamento. Os dutos biliares são os ‘tubos’ de drenagem que transportam a bile do fígado para a vesícula biliar e da vesícula biliar para o intestino delgado. Apesar da remoção cirúrgica completa (ressecção) do colangiocarcinoma, as recorrências do tumor são comuns, levando a um mau prognóstico para os pacientes.
Acredita-se que a quimioterapia adjuvante pós-operatória (tratamento suplementar após o tratamento inicial) administrada após a ressecção cirúrgica pode reduzir o risco de recorrência do câncer, eliminando o câncer residual e as lesões micrometastáticas (microtumores que se espalharam de um câncer para áreas distantes do corpo). Os benefícios e malefícios gerais desse tipo de tratamento não são claros.
Os autores queriam descobrir quais são os benefícios e malefícios da quimioterapia adjuvante pós-operatória (drogas administradas após a cirurgia, com o objetivo de matar qualquer câncer remanescente após a operação) versus nenhuma quimioterapia adjuvante pós-operatória ou outro tipo ou forma de quimioterapia em pessoas que foram submetidas à ressecção por colangiocarcinoma (câncer dos dutos biliares) com a intenção de curar.
A equipe buscou artigos publicados descrevendo ensaios clínicos randomizados (um tipo de estudo em que os participantes são aleatoriamente designados a um de dois ou mais grupos de tratamento) para identificar o papel da quimioterapia adjuvante pós-operatória e encontraram cinco estudos com um total de 931 participantes.
Quatro estudos (867 participantes) compararam a cirurgia e a quimioterapia adjuvante pós-operatória (mitomicina-C e 5-fluorouracil (5-FU), gencitabina, gencitabina mais oxaliplatina, ou capecitabina) com cirurgia sozinha (sem quimioterapia adjuvante pós-operatória).
Um estudo (70 participantes; 64 com colangiocarcinoma e 6 com carcinoma da vesícula biliar) comparou a cirurgia e uma nova quimioterapia oral adjuvante (S-1) (derivado de fluoropirimidina) versus cirurgia e quimioterapia adjuvante à base de gencitabina.
Financiamento: dois ensaios receberam apoio de empresas farmacêuticas; um ensaio recebeu financiamento da Sociedade Japonesa de Oncologia Clínica, um ensaio recebeu apoio do “Program Hospitalier de Recherche Clinique (PHRC 2009) e Ligue Nationale Contre le Cancer” e um ensaio não forneceu informações sobre suporte ou patrocínio.
Também foram identificados seis ensaios clínicos randomizados em andamento.
Não há certeza se a quimioterapia adjuvante pós-operatória tem algum efeito sobre a morte por qualquer causa. Apenas um ensaio relatou eventos adversos.
Embora este ensaio indique que a quimioterapia adjuvante pós-operatória pode aumentar os eventos adversos graves, este resultado é muito incerto devido à falta de estudos (ou seja, apenas um encontrado) e ao baixo número de participantes.
Nenhuma informação estava disponível sobre qualidade de vida, morte por câncer, tempo até a recorrência do tumor e eventos adversos não graves.
Devido à baixa qualidade do estudo, um número insuficiente de estudos e baixo número de participantes, os efeitos da quimioterapia adjuvante pós-operatória versus nenhuma quimioterapia adjuvante pós-operatória sobre a mortalidade e eventos adversos graves são muito incertos.
São necessários mais ensaios clínicos randomizados projetados com melhores métodos de estudo e maior número de participantes.
Com base na evidência de certeza muito baixa encontrada em quatro ensaios em pessoas com ressecção com intenção curativa para colangiocarcinoma, não temos certeza dos efeitos da quimioterapia adjuvante pós-operatória (mitomicina C e 5-FU; gencitabina, gencitabina mais oxaliplatina, ou capecitabina ) versus nenhuma quimioterapia adjuvante pós-operatória na mortalidade.
Os efeitos da quimioterapia adjuvante pós-operatória em comparação com nenhuma quimioterapia adjuvante pós-operatória em eventos adversos graves também são muito incertos, mas o resultado do ensaio único mostrou ocorrências 20% maiores de eventos adversos hematológicos.
Os autores avaliaram a certeza da evidência como muito baixa devido ao alto risco geral de parcialidade e imprecisão. Devido ao poder insuficiente do único ensaio identificado, o melhor regime de quimioterapia adjuvante pós-operatória em pessoas com apenas colangiocarcinoma não pôde ser estabelecido.
Também não há ensaios clínicos randomizados com dados de resultados sobre quimioterapia adjuvante S-1 versus quimioterapia adjuvante à base de gencitabina em pessoas com colangiocarcinoma sozinho.
Há uma necessidade de outros ensaios clínicos randomizados projetados para apresentar baixo risco de viés e com tamanho de amostra adequado explorando o melhor tratamento de quimioterapia adjuvante após a cirurgia em pessoas com colangiocarcinoma.
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O estudo original foi publicado na Cochrane Library
“Postoperative adjuvant chemotherapy for resectable cholangiocarcinoma” – 2021
Autores do estudo: Luvira V, Satitkarnmanee E, Pugkhem A, Kietpeerakool C, Lumbiganon P, Pattanittum P – Estudo
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