Os agentes quimiopreventivos inibem o desenvolvimento do câncer impedindo danos ao DNA, o que leva a reversão da malignidade ou o bloqueio da divisão de células pré-malignas com danos ao DNA. O benefício deste tipo de tratamento foi demonstrado em alguns ensaios clínicos de câncer de mama, próstata e cólon.
O aumento dos casos da doença, a falha das quimioterapias convencionais no controle do câncer e a toxicidade excessiva das quimioterapias são alguns fatores que mostram a necessidade de uma abordagem alternativa.
O primeiro estudo a falar sobre o benefício da quimioprevenção foi feito em pacientes com câncer de mama que faziam uso do tamoxifeno. O resultado foi uma diminuição significativa no câncer de mama invasivo.
O sucesso da utilização de agentes quimiopreventivos para proteger as populações de alto risco contra a doença, indica que a estratégia é racional e promissora.
Componentes dietéticos como capsaicina, cucurbitacina B, isoflavonas, catequinas, licopenos, isotiocianato de benzila, isotiocianato de fenetil e piperlongumina demonstraram efeitos inibitórios nas células cancerígenas, indicando que eles podem servir como agentes quimiopreventivos.
No estudo em questão, foi feita a abordagem do mecanismo dos efeitos quimiopreventivos e anticâncer de vários agentes naturais.
O câncer é uma doença que envolve o crescimento anormal de células com potencial de invasão e metástase para outras partes do corpo. Entre vários fatores envolvidos na iniciação da doença, incluem alterações nos genes que regulam as funções normais do corpo.
Dado o aumento constante da incidência de câncer em todo o mundo, juntamente com os problemas de resistência a medicamentos, existe um interesse crescente em estratégias diversas que podem prevenir a doença.
A quimioprevenção é a utilização de agentes naturais, sintéticos ou biológicos para prevenir, suprimir ou reverter a fase inicial da carcinogênese, assim como para impedir o potencial invasor das células pré-malignas.
O interesse na área de quimioprevenção aumentou bastante com a progressão no entendimento da biologia do câncer, identificação de alvos moleculares e sucesso na prevenção do câncer de mama, próstata e cólon.
No nível molecular, a quimioprevenção do câncer foi distinguida pela alteração de múltiplas vias que desempenham um papel crítico nas três etapas básicas da carcinogênese, ou seja, iniciação, promoção e progressão. Recentemente, a FDA aprovou dez novos agentes para tratar lesões pré-cancerosas e para reduzir o risco de câncer.
Clinicamente, a quimioprevenção foi categorizada em primária, secundária e terciária. A primária é mais adequada para a população geral sem câncer, assim como as populações com alto risco de desenvolver a doença ao longo da vida. A secundária destina-se a pacientes que possuem lesões pré-malignas e que podem progredir para câncer invasivo.
Geralmente, a quimioprevenção primária e secundária são categorizadas juntas como primária. Alguns exemplos de agentes quimiopreventivos primários são fitoquímicos dietéticos e anti-inflamatórios não esteroides (AINE).
Por outro lado, a quimioprevenção terciária tem como objetivo impedir a recorrência do câncer. Por exemplo, a administração de tamoxifeno é um exemplo de prevenção terciária no câncer de mama.
A quimioprevenção é uma abordagem relativamente segura e econômica, já que o câncer pode ser prevenido pela mudança de hábitos alimentares.
Esse tipo de procedimento ganhou força após a aprovação do tamoxifeno e raloxifeno pela Food and Drug Administration (FDA) para a redução do risco de câncer de mama.
Diversos estudos epidemiológicos e pré-clínicos argumentaram de forma convincente sobre o papel de vários agentes alimentares na prevenção da ocorrência de câncer e de seu tratamento.
Diferentes ensaios clínicos associados às propriedades quimiopreventivas dos compostos naturais debatidos na pesquisa estão em andamento. A toxicidade associada a medicamentos é uma barreira significativa para os quimioterápicos atualmente disponíveis.
No entanto, o uso de compostos naturais para a prevenção da doença pode mitigar a toxicidade associada. Contudo, a biodisponibilidade é o maior problema com a maioria dos agentes quimiopreventivos que ocorrem naturalmente.
No geral, o estudo resume os compostos naturais direcionados a diferentes vias de sinalização envolvidas na progressão do câncer, sugerindo seu potencial para se tornarem agentes anti-câncer bem-sucedidos.
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O estudo original foi publicado no International Journal of Molecular Sciences
* “Role of Phytochemicals in Cancer Prevention” – 2019
Autores do estudo: Alok Ranjan, Sharavan Ramachandran, Nehal Gupta, Itishree Kaushik, Stephen Wright, Suyash Srivastava, Hiranmoy Das, Sangeeta Srivastava, Sahdeo Prasad, Sanjay K. Srivastava – doi.org/10.3390/ijms20204981
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