O alto consumo de café foi associado a um risco menor de rigidez hepática elevada, embora nenhuma associação tenha sido observada com a esteatose, descobriram os pesquisadores em um estudo transversal.
Em uma análise dietética envolvendo mais de 4.500 adultos, beber mais de 3 xícaras de café (versus nenhuma) foi associado a uma redução de 0,9 kPa e com uma probabilidade reduzida de rigidez do fígado, relatou Elliot Tapper, MD, da Michigan University em Ann Arbor, e colegas.
No entanto, nenhuma associação foi encontrada entre o café e o parâmetro de atenuação controlada (CAP), uma medida da gordura do fígado, escreveram os autores no Clinical Gastroenterology and Hepatology.
“A melhor teoria que temos é que a cafeína reduz a fibrose”, disse Tapper. “A associação com a saúde do fígado aumenta com a quantidade de xícaras que você bebe.”
Pesquisas anteriores sugeriram um risco menor de cirrose e doença hepática avançada com o consumo de café, mas muitos dos estudos que apoiam essa noção têm vários vieses, explicaram os autores.
“A hipótese principal era que o café reduziria a gordura no fígado, embora não tenha sido o caso neste estudo”, disse Andrew Talal, MD, da University at Buffalo, em Nova York. “Da mesma forma, parece que o efeito protetor do café é independente da quantidade de cafeína contida no café, o que é consistente com as descobertas de outro grande estudo do Reino Unido.”
“Esses estudos apoiam o consumo de quantidades moderadas de café por seus efeitos protetores contra cicatrizes hepáticas e o desenvolvimento ou progressão de doenças hepáticas crônicas”, acrescentou Talal, que não participou do estudo.
Para seu estudo, Tapper e colegas avaliaram 4.510 participantes (idade média de 48) do National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES). Pessoas com 20 anos ou mais que se submeteram a dois exames de recordatório alimentar de 24 horas e foram submetidas à elastografia transitória foram incluídas. Pacientes com hepatite foram excluídos.
O desfecho principal avaliou a quantidade de café consumida e sua associação com medidas de rigidez hepática (liver stiffness measurements [LSM]), sendo ≥9,5 kPa considerado limiar para fibrose avançada. Os controles incluíram aqueles que relataram consumo de chá e café descafeinado.
Cerca de três quartos dos participantes estavam com sobrepeso ou obesos e cerca de metade praticava atividade física. As comorbidades incluíram diabetes (11%) e doença hepática crônica (5%). Cerca de 63% eram brancos e 23% consumiam no mínimo duas bebidas alcoólicas por dia. A maioria dos indivíduos apresentou valores LSM abaixo de 7,0 kPa, enquanto 415 apresentaram valores variando de 7 a 9,5 kPa e 298 apresentaram valores de 9,5 kPa ou acima.
Ajustando para o consumo de bebidas adoçadas com açúcar e pontuações do Healthy Eating Index-2015, o consumo de café ainda estava associado a uma redução do LSM.
A análise teve várias limitações, os pesquisadores reconheceram, incluindo o potencial para confusão não medida, viés de memória e os dados dietéticos limitados.
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O estudo original foi publicado no Clinical Gastroenterology and Hepatology
“Coffee consumption is associated with lower liver stiffness: a nationally representative study” – 2021
Autores do estudo: Sebastian Niezen MD, Manaav Mehta, Z. Gordon Jiang, MD, PhD, Elliot B.Tapper, MD – Estudo
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