A alimentação com restrição de tempo – um tipo de jejum intermitente – não se mostrou mais eficaz como estratégia para a perda de peso do que fazer refeições consistentes ao longo do dia, descobriu um novo estudo.
Em um ensaio randomizado com 116 indivíduos que tinham sobrepeso ou obesidade, não houve diferença significativa entre a quantidade de peso perdido com alimentação restrita por tempo em comparação com a alimentação regular ao longo do dia, relatou Ethan Weiss, MD, da University of California San Francisco, e colegas.
Após 12 semanas, ambos os grupos perderam algum peso desde o início, 2,07 libras no grupo de alimentação com restrição de tempo e 1,5 libras no grupo de refeição consistente, conforme mostrado no estudo online que a equipe realizou no JAMA Internal Medicine.
Contudo, não houve diferenças significativas nas medidas secundárias (mudanças no peso, massa gorda, massa magra, insulina em jejum, glicose em jejum, níveis de hemoglobina A1c, ingestão energética estimada, gasto energético total e gasto energético em repouso).
Especificamente, conforme medido pela absorciometria de raio-x de dupla energia, não houve uma diferença significativa na mudança na massa de gordura corporal total entre os dois grupos. O estudo também não mostrou diferença entre os grupos na quantidade de massa magra após 12 semanas.
Os marcadores de saúde cardiovascular também foram semelhantes entre os grupos, sem diferença significativa entre os grupos na pressão arterial sistólica ou pressão arterial diastólica.
A única diferença considerável observada entre os dois grupos foi uma diminuição relevante na massa magra apendicular no grupo de alimentação com restrição de tempo.
“Nossos resultados são consistentes com um estudo anterior que demonstra que uma recomendação para pular o café da manhã não afeta os resultados de peso em pacientes que tentam perder peso, mas contradiz relatórios anteriores que descrevem os efeitos benéficos de [comer com restrição de tempo] na perda de peso e outros marcadores de risco metabólico”, Weiss e coautores escreveram.
Além disso, eles observaram, as possíveis janelas de alimentação diferentes com alimentação restrita por tempo podem levar a resultados metabólicos diferentes, acrescentaram os pesquisadores.
Para a análise, o grupo de alimentação com restrição de tempo foi prescrita uma janela de alimentação de 16-8 horas.
Os participantes foram receberam a instrução de comer o quanto quisessem a partir das 12h00, às 20h00 e depois comer zero calorias entre as 20h00 até 12h00 do próximo dia. Fora dessa janela de alimentação, apenas bebidas sem calorias eram permitidas.
Este grupo de participantes foi comparado com outro grupo que seguiu um cronograma de refeições consistente e instruído a comer três refeições estruturadas por dia, com lanches entre as refeições permitidos.
Nenhum dos grupos recebeu recomendações de ingestão calórica, ingestão de macronutrientes ou atividade física: todos os participantes eram adultos com idades entre 18 e 64 anos e tinham um índice de massa corporal basal de 27 a 43 anos.
“Embora a janela de alimentação prescrita (12-8 horas) seja provavelmente mais atraente e mais passível de adesão a longo prazo, pode não ser ideal para as vantagens metabólicas de [comer com restrição de tempo]”, escreveram os pesquisadores, que citaram um artigo anterior de um estudo que encontrou melhorias significativas no controle glicêmico e parâmetros cardiovasculares com uma janela de alimentação de 6 horas.
“Estudos futuros devem ter como objetivo compreender os efeitos da ingestão precoce ou tardia [comer com restrição de tempo] e da ingestão de proteínas ou do tempo como meio de compensar a perda de [massa magra apendicular]”, concluíram os pesquisadores.
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O estudo original foi publicado no JAMA Internal Medicine
* “Effects of Time-Restricted Eating on Weight Loss and Other Metabolic Parameters in Women and Men With Overweight and Obesity: The TREAT Randomized Clinical Trial” – 2020
Autores do estudo: Dylan A. Lowe, Nancy Wu, Linnea Rohdin-Bibby, A. Holliston Moore, Nisa Kelly, Yong En Liu, Errol Philip, Eric Vittinghoff, Steven B. Heymsfield, Jeffrey E. Olgin, John A. Shepherd, Ethan J. Weiss – 10.1001/jamainternmed.2020.4153
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