Muitas crianças e jovens têm problemas de ansiedade. Crianças e jovens com transtornos de ansiedade têm maior probabilidade do que seus pares de ter dificuldades com amizades, vida familiar e escola, e de desenvolver problemas de saúde mental mais tarde na vida. Terapias como a terapia cognitivo-comportamental (TCC) podem ajudar crianças e jovens a superar as dificuldades com a ansiedade, usando novas formas de pensar e enfrentar seus medos.
A revisão foi feita para atualizar e substituir as avaliações da Cochrane que foram feitas anteriormente (2005 e 2015), que mostram que a TCC é um tratamento eficaz para crianças e jovens que sofrem com transtornos de ansiedade.
Os autores incluíram ensaios clínicos randomizados de TCC que envolviam contato direto com a criança, pai ou ambos, e comparadores não-TCC (lista de espera/sem tratamento, tratamento usual, controle de atenção, tratamento alternativo, medicação).
Os participantes eram menores de 19 anos e preenchiam os critérios de diagnóstico para um diagnóstico de transtorno de ansiedade.
Os resultados primários foram a remissão do diagnóstico primário de ansiedade pós‐tratamento e aceitabilidade (número de participantes perdidos na avaliação pós‐tratamento) e os resultados secundários incluíram remissão de todos os diagnósticos de ansiedade, redução dos sintomas de ansiedade, redução dos sintomas depressivos, melhora no funcionamento global, efeitos adversos e efeitos de longo prazo.
A equipe utilizou procedimentos metodológicos padronizados, conforme foi recomendado pela Cochrane. O método GRADE foi o selecionado para avaliar a qualidade das evidências.
A revisão teve como objetivo responder às seguintes questões:
Os autores realizaram uma pesquisa nos bancos de dados para encontrar todos os estudos de TCC para transtornos de ansiedade em crianças e jovens publicados até outubro de 2019.
Para serem incluídos na revisão, os estudos tiveram que ser ensaios clínicos randomizados (um tipo de estudo no qual os participantes são atribuídos a um de dois ou mais grupos de tratamento usando um método aleatório) e teve que incluir jovens menores de 19 anos com diagnóstico de transtorno de ansiedade.
Foram incluídos 87 estudos com um total de 5964 participantes na análise.
Os pesquisadores classificaram a qualidade geral da evidência como ‘moderada’ ou ‘baixa’. Há evidências de que a TCC é mais eficaz do que uma lista de espera ou nenhum tratamento na redução da ansiedade em crianças e jovens, embora os resultados variem entre os estudos.
Não existem evidências claras de que a terapia cognitivo-comportamental seja mais eficaz do que outros tratamentos. Um pequeno número de estudos analisou os resultados seis meses após a aplicação da TCC e mostrou que as reduções na ansiedade continuaram.
A equipe não encontrou evidências claras de que uma forma de fornecer TCC seja mais eficaz do que outra (por exemplo, em um grupo, tratamentos mais longos, com os pais) ou que a TCC seja mais ou menos eficaz para qualquer grupo específico de crianças (por exemplo, crianças com transtornos do espectro do autismo) .
Pesquisas futuras devem comparar a terapia cognitivo-comportamental com tratamentos e medicamentos alternativos, identificar quem se beneficia e quem não se beneficia da TCC e do que aqueles que não se beneficiam precisam, estabelecer como tornar a TCC mais acessível e dar muito mais consideração às populações negligenciadas, incluindo crianças e jovens de países de baixa e média renda.
A TCC é provavelmente mais eficaz no curto prazo do que listas de espera/sem tratamento e pode ser mais efetiva do que o controle da atenção.
Os autores encontraram pouca ou nenhuma evidência nos resultados de que a TCC é superior aos cuidados usuais ou tratamentos alternativos, mas a confiança nesses achados é limitada devido a preocupações sobre a quantidade e a qualidade das evidências disponíveis, sabe-se pouco sobre a a maneira mais eficaz de melhorar os resultados.
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O estudo original foi publicado na Cochrane Library
* “Cognitive behavioural therapy for anxiety disorders in children and adolescents” – 2020
Autores do estudo: James AC, Reardon T, Soler A, James G, Creswell C – 10.1002/14651858.CD013162.pub2
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